Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
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Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
1. Conceitos da Economia Criativa e Industria Cultural
Deve se entender que os âmbitos que envolvem a Economia Criativa, são diversificados de
acordo com a origem da sua conceituação, entretanto se assemelham por haver uma só
origem: a criatividade. Por exemplo, a Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO, 2005) vai caracterizar esse setor com atividades ligadas a
produção e comercialização de conteúdos culturais, protegidos pelo direito autoral, que
surgem através da criatividade e ainda incentivam de certa forma a inovação, como o setor
de artes visuais, sítios culturais, manifestações tradicionais de cultura e design (UNCTAD,
2008 p. 14).
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, 2005) se
assemelha a Unesco no sentido das produções através da criatividade como recurso principal.
O conceito britânico de Economia Criativa, vai criar uma ligação entre esta e as Indústrias
Criativas, onde estão englobados setores que envolvem a propriedade intelectual, ou seja,
mais uma vez uma conceituação voltada a produtividade a partir da criatividade, pode-se
encontrar nas indústrias de arquitetura, softwares de lazer interativo, música, artes cênicas,
televisão, cinema e moda. (Conselho Britânico, 2005 apud Miguez, 2007)
Outro conceito pode ser encontrado no livro “Economia Criativa: Como as pessoas fazem
dinheiro com ideias.” do autor John Howkins, onde explica que através de ideias, criatividade
e imaginação, podem-se retirar valores econômicos. Howkins (2001) cita que a área está
dividida em setores como o artesanato, turismo cultural, rádio, publicidade, cultura popular,
entretenimento e outros segmentos relacionados à inovação e à criatividade.
Dessa forma, são diversas áreas listadas pelos conceitos apresentados, sendo estas definidas
também de acordo com os países, estados, cidades, empresas ou instituições (Miguez, 2007),
desde que envolvam a criatividade e gerem capital. Miguez caracteriza a Economia Criativa
como:
A economia criativa trata dos bens e serviços baseados em textos,
símbolos e imagens e refere-se ao conjunto distinto de atividades
assentadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual,
cujos produtos incorporam propriedade intelectual e abarcam do
artesanato tradicional às complexas cadeias produtivas das indústrias
culturais. (Miguez, p. 96 2007)
Deve-se compreender que o conceito de Industria Cultural abarca o conceito de Economia
Criativa, onde a primeira é a origem do segundo, onde o segundo será o resultado das
produções da indústria cultural (GOLDENSTEIN, p. 15, 2010) sendo que há uma certa
diferença, na Economia Criativa, também há setores que não vão envolver necessariamente
cultura, como a indústria tecnológica, por exemplo as automobilísticas, que envolvem
criatividade, inovação, mas não cultura.
Adorno e Horkheimer (1944) em sua obra “Dialética do esclarecimento” desenvolvem o
conceito de Industria Cultural como toda produção em massa, entretanto majoritariamente
relacionada à produção artística, sendo assim um novo modo de indústria, voltada às técnicas
capitalistas de gerar riqueza (BERTONI, 2001). O contexto histórico em que a Indústria
Cultural foi conceituada por estes, se encontrava um tanto conturbado devido ao histórico de