Revista Anual del Centro de
Investigaciones en Estudios
Latinoamericanos para el Desarrollo y
la Integración
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da
Coreia do Sul
Autor(es): Billig, Osvaldo Alencar y Costa Silva, Erica Larissa
Fuente: Latitud Sur 17, Vol. 2, Año 2022. UBA-FCE, CEINLADI. (En línea) ISSN 2683-
9326. 33
Publicado por: Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas. Centro de
Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración
(CEINLADI). Las opiniones y el contenido vertido en este trabajo son responsabilidad
exclusiva de los autores.
Vínculo: https://ojs.econ.uba.ar/index.php/LATSUR/index
Esta revista está protegida bajo una licencia Creative Commons
Attribution-NonCommercialNoDerivatives 4.0 International.
Copia de la licencia: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-
nd/4.0/.
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
41
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
Artículo de investigación
ECONOMIA CRIATIVA: A RELEVÂNCIA DA INDÚSTRIA CULTURAL PARA O
PROGRESSO ECONÔMICO DA COREIA DO SUL
1
Osvaldo Alencar Billig
2
Erica Larissa Costa Silva
3
CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS (BRASIL)
Resumo
Esta pesquisa tem como objetivo entender a relevância da Indústria Cultural como
instrumento da Economia Criativa na Coreia do Sul. Foi proposto discutir a literatura sobre
Economia Criativa e Indústria Cultural, como também identificar os fatores que
impulsionaram esse setor na Coreia do Sul e por fim analisar os efeitos experienciados pelo
país. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica por meio de livros, revistas
internacionais, teses e artigos científicos.
Palavras-chave: Economia Criativa, Coreia do Sul, Indústria Cultural
CREATIVE ECONOMY: THE RELEVANCE OF THE CULTURAL INDUSTRY TO
THE ECONOMIC PROGRESS OF SOUTH KOREA
Abstract
This research aims to understand the relevance of the Cultural Industry as an instrument of
the Creative Economy in South Korea. It was proposed to discuss the literature on Creative
Economy and Cultural Industry, as well as identify the factors that boosted this sector in
South Korea and finally analyze the effects experienced by the country. The methodology
used was bibliographic research through books, international journals, theses and scientific
articles.
Keywords: Creative Economy, South Korea, Cultural Industry
1
Fecha de recepción: 09/08/22. Fecha de aceptación: 21/11/22.
2
Doutorando em Administração de Empresas na Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM); Mestre em
Administração pela Universidade de Caxias do Sul (UCS); MBA em Logística Empresarial pela Fundação
Getúlio Vargas (FGV) e Bacharel em Administração pela Universidade de Passo Fundo (UPF) Professor do
Centro Universitário Dinâmica das Cataratas (UDC), Foz do Iguaçu/PR. E-mail: probillig@gmail.com -
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-4166-9232.
3
Acadêmica do curso de Relações Internacionais do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas, Foz do
Iguaçu, Paraná, Brasil. e-mail: erica2017costta@gmail.com ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7215-7395.
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
42
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
Introdução
Através da Economia Criativa e da Música, a Coreia do Sul conseguiu inovar nas suas
estratégias econômicas e alcançar novos patamares de sucesso internacional, a utilização da
Criatividade como instrumento de angariar valor é explicado por Howkins (2001) como um
elemento usado por seres pensantes que através das suas ideias, conseguem resultados
financeiros.
Apesar de a Coreia do Sul ter utilizado em seu processo de desenvolvimento econômico
outras áreas da Economia Criativa, como a tecnologia, nos últimos anos pode-se perceber
uma movimentação e resultados consideráveis com a sua Cultura, Música e Cinema, logo
destaca-se como um país inovador nesse sentido, ao empregar novas técnicas e meios de
progredir em seu desenvolvimento.
Entre essas áreas, foi destacado o ramo da Indústria Musical, que vêm se mostrando frutífero
nos últimos 5 anos, consequentemente também foi estudado o grupo de K-pop
4
Bangtan Boys
(BTS), que é identificado como o maior grupo musical do país e da atualidade, como também
do cenário internacional da indústria, pois cada ano tem crescido e alcançado novos
estágios de reconhecimento e reputação.
Dessa forma, notou-se que o campo de pesquisa, a respeito desses fatores, ainda é escasso
devido a contemporaneidade do assunto, sendo assim, a Economia Criativa apesar de ser um
campo não tão amplo, é um setor extremamente importante para qualquer nação e sociedade
que tenha como princípios a valorização da criatividade, inovação e cultura, portanto
continuar as pesquisas a respeito dessa temática é de extrema importância.
A metodologia utilizada nesse trabalho, foi a pesquisa bibliográfica sobre a Economia
Criativa e o caso da Coreia do Sul, em artigos, teses, jornais, plataformas de deos, sites e
livros basilares dessa economia. Sendo assim, foi um trabalho expositivo onde foram
mostrados dados, um contexto histórico, conceitos e temáticas novas a respeito da Música
como instrumento da economia nacional do país em estudo.
Economia criativa, indústria cultural e seus conceitos basilares
Este capítulo discute a respeito dos conceitos de Economia Criativa, englobando os mais
reconhecidos pela literatura, como também entende a sua relação com a Indústria Cultural e
a forma como a criatividade se expressa enquanto forma de economia, está dividido em duas
sessões: Conceitos da Economia Criativa e de Industria Cultural e, no segundo momento,
como esses dois conceitos se relacionam. Ambos serão explicados através de autores da
literatura criativa e cultural com o objetivo de incorporar os conceitos.
Ambos os conceitos são considerados recentes, principalmente devido aos seus contextos
históricos, sendo datados a partir de 1945, o que se pode considerar relativamente moderno
aos olhos de literaturas mais tradicionais.
4
Conceito de Kpop para Holden e Scrase (2006, p. 144) “O Kpop é um gênero musical coreano que se
caracteriza por uma grande variedade de elementos audiovisuais.”
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
43
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
1. Conceitos da Economia Criativa e Industria Cultural
Deve se entender que os âmbitos que envolvem a Economia Criativa, são diversificados de
acordo com a origem da sua conceituação, entretanto se assemelham por haver uma
origem: a criatividade. Por exemplo, a Organização das Nações Unidas para Educação,
Ciência e Cultura (UNESCO, 2005) vai caracterizar esse setor com atividades ligadas a
produção e comercialização de conteúdos culturais, protegidos pelo direito autoral, que
surgem através da criatividade e ainda incentivam de certa forma a inovação, como o setor
de artes visuais, sítios culturais, manifestações tradicionais de cultura e design (UNCTAD,
2008 p. 14).
A Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, 2005) se
assemelha a Unesco no sentido das produções através da criatividade como recurso principal.
O conceito britânico de Economia Criativa, vai criar uma ligação entre esta e as Indústrias
Criativas, onde estão englobados setores que envolvem a propriedade intelectual, ou seja,
mais uma vez uma conceituação voltada a produtividade a partir da criatividade, pode-se
encontrar nas indústrias de arquitetura, softwares de lazer interativo, música, artes cênicas,
televisão, cinema e moda. (Conselho Britânico, 2005 apud Miguez, 2007)
Outro conceito pode ser encontrado no livro “Economia Criativa: Como as pessoas fazem
dinheiro com ideias.” do autor John Howkins, onde explica que através de ideias, criatividade
e imaginação, podem-se retirar valores econômicos. Howkins (2001) cita que a área está
dividida em setores como o artesanato, turismo cultural, rádio, publicidade, cultura popular,
entretenimento e outros segmentos relacionados à inovação e à criatividade.
Dessa forma, são diversas áreas listadas pelos conceitos apresentados, sendo estas definidas
também de acordo com os países, estados, cidades, empresas ou instituições (Miguez, 2007),
desde que envolvam a criatividade e gerem capital. Miguez caracteriza a Economia Criativa
como:
A economia criativa trata dos bens e serviços baseados em textos,
símbolos e imagens e refere-se ao conjunto distinto de atividades
assentadas na criatividade, no talento ou na habilidade individual,
cujos produtos incorporam propriedade intelectual e abarcam do
artesanato tradicional às complexas cadeias produtivas das indústrias
culturais. (Miguez, p. 96 2007)
Deve-se compreender que o conceito de Industria Cultural abarca o conceito de Economia
Criativa, onde a primeira é a origem do segundo, onde o segundo será o resultado das
produções da indústria cultural (GOLDENSTEIN, p. 15, 2010) sendo que uma certa
diferença, na Economia Criativa, também há setores que não vão envolver necessariamente
cultura, como a indústria tecnológica, por exemplo as automobilísticas, que envolvem
criatividade, inovação, mas não cultura.
Adorno e Horkheimer (1944) em sua obra “Dialética do esclarecimento” desenvolvem o
conceito de Industria Cultural como toda produção em massa, entretanto majoritariamente
relacionada à produção artística, sendo assim um novo modo de indústria, voltada às técnicas
capitalistas de gerar riqueza (BERTONI, 2001). O contexto histórico em que a Indústria
Cultural foi conceituada por estes, se encontrava um tanto conturbado devido ao histórico de
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
44
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
guerras vivenciadas pelo globo, principalmente pela bipolaridade de potências e ideologias
evidenciada, como o capitalismo e socialismo, sendo assim, os autores acreditavam que a
Industria Cultural de alguma forma poderia ser utilizada como manobra de alienação.
As características dadas a Indústria Cultural se referem ao momento histórico vivenciado,
mas que se pode aplicar ao momento atual de certa forma, visto que o capitalismo seguiu
consistente com o passar dos anos, principalmente com o movimento da Globalização onde
a cultura de massa continuou a produzir expressamente desde a chegada dos meios de
comunicação (DUARTE, 2010).
Os principais setores da Indústria Cultural e da Economia Criativa, podem ser encontrados
em diversos tipos de categorias, sendo estas estabelecidas da seguinte forma:
Quadro 1 - Tipos de Indústrias Criativas
Indústrias Culturais
Setores
das Indústrias Culturais
Setores orientados ao
consumo cultural
Setor das novas
tecnologias
Editorial
Audiovisual
Fonografia
Artes
Visuais
Audiovisual
Multimidia
Indústria
gráfica
Indústria
editorial
Indústria
cinematográfica
Indústria
televisiva
Indústria
fonográfica
Indústria
publicitaria
Indústria
discográfica
Rádio
Concertos
e atuações
Indústria
teatral
Artesanato
Desenho
gráfico e de
interiores
Desenho de
Moda
Museu e
galerias
Arquitetura
Antiguidades
Restauração
Indústria de
conteúdos digitais
Indústria de
hardware associado
Fonte: Adaptado de Divulgação Dinâmica, 2019.
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
45
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
Logo, pode-se entender que as Indústrias Culturais compõem a Economia Criativa e vice-
versa, que ambas se definem através da criatividade, das ideias, da imaginação, da
inovação e muitas vezes da própria tecnologia. Sendo assim, é necessário entender que ambas
se relacionam agregadas.
2. A relação entre Economia Criativa e Industria Cultural
Para o MinC (2012) os setores criativos “vão além” dos setores culturais e artísticos, como
dito anteriormente, estes podem abranger setores que nem sempre englobam a cultura.
Entretanto, um controverso que a Economia Criativa serviria apenas para “precificar” o
valor da cultura. Barbosa (p. 101, 2011) comenta que a cultura tem uma relação “difícil” com
a economia, justifica do seguinte modo:
A cultura tem uma relação difícil com a economia. Os agentes
culturais sublimam a ideia de interesse econômico material em nome
da estética pura, das produções do espírito e da liberdade criativa. A
cultura não tem preço. A genialidade criativa justifica qualquer custo.
A vida comunitária é enriquecida com as criações culturais.
O autor faz uma relação entre os agentes culturais e os agentes econômicos, que por muitas
vezes podem ‘confundir’ de certa forma a maneira como os elementos se relacionam, uma
vez que criar valor econômico sobre a arte, gera uma nova cadeia econômica na sociedade,
sendo por muitas vezes benéfico para o próprio individuo criativo ou artista. Do lado
econômico, o autor comenta que esse valor faz parte do processo dos indivíduos em
sociedade’, logo, os recursos materiais são necessários para satisfação da vida humana, sendo
assim, ambos têm os seus argumentos válidos, Barbosa explica no seguinte trecho:
Os agentes econômicos sublinham que toda vida humana por mais
‘’criativa que seja faz uso de recursos materiais para a satisfação de
utilidades individuais e coletivas. O uso adequado de recursos
escassos responde em parte aos ideais de boa viva. Por outro lado,
os economistas devem fazer o esforço de entender a cultura não como
um conjunto de bens e serviços distribuídos pelos mercados e pelo
Estado, mas como recursos simbólicos que auxiliam os indivíduos e
as comunidades a ultrapassarem dificuldades e inconvenientes da
existência. (Barbosa, p. 101, 2011)
Sendo assim, ambos os conceitos se relacionam no sentido de haver concordância, ainda que
seja uma área com estudos escassos a respeito dos seus vínculos, a Industria Cultural e a
Economia Criativa, nos dias atuais, andam em união. Logo, pode-se entender que o caso sul
coreano, optou por envolver os conceitos nas suas estratégias de desenvolvimento
econômico, sendo visível os investimentos na área criativa.
Coreia do Sul e a utilização da criatividade no seu progresso econômico
A Coreia do Sul é um dos países que fizeram a escolha de investir e implementar estratégias
criativas para o seu desenvolvimento econômico. Neste capítulo, estão contextualizadas as
movimentações desse país em relação a Economia Criativa, demonstrando quais percursos o
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
46
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
governo trilhou para evolução da economia nacional através da criatividade, indo de setores
de inovação, para música, cultura e turismo.
O país em estudo vem investindo na Economia Criativa desde 1970 (PABIS, 2016), com os
avanços tecnológicos, principalmente, o foco sempre se encontrou nas indústrias de
tecnologia, inovação e eletrônica, como o mercado de aparelhos móveis, automóveis e
construção naval (Banco Mundial, 2010). Apesar do maior setor da economia sul coreana
ainda ser a indústria tecnológica, o cenário vem mudando desde o investimento em outros
setores da Economia Criativa, como a cultura e o turismo, de acordo com o Banco Mundial
(2022), o segundo desses teve um aumento de 14% em 2019, a cultura tem um longo
caminho percorrido desde a primeira década deste século.
Desde a década de 1960 aos anos 2000, pode-se notar um incentivo maior na indústria da
inovação por parte do governo sul-coreano, principalmente no estímulo às empresas privadas
e à produção dessas (MASIERO, 2003), visto que por ser um país territorialmente pequeno,
a exportação dessas produções e ainda da mão de obra qualificada pôde trazer opções mais
rentáveis para a economia.
O governo optou por sempre incentivar as industrias domésticas, pode-se notar esse
movimento através da execução dos Planos Quinquenais de Desenvolvimento Econômico
(PQDE), onde em 1960 foram decididas etapas para os anos seguintes em relação à economia
do país (SHIN, 1990, p. 264). Essas fases puderam auxiliar o progresso do desenvolvimento
sul coreano, visto que para chegar em um momento como o atual, de alto investimento na
cultura, foi preciso investir na própria sociedade com educação e incentivo tecnológico
(YOON, DE SOUZA, 2001).
As medidas desses planos consistiam no avanço da economia de autossustentação, aumento
da competitividade internacional, abertura da economia, melhoramento do bem-estar social,
criação de empregos, entre outras medidas que serviam para evolução da estrutura do país,
do aumento intelectual da população, melhoramento da equidade social e do avanço
tecnológico (SONG, 1992 apud YOON, DE SOUZA, 2001).
Após obter grandes resultados com o investimento desses setores, a partir dos anos 2000 a
Coreia do Sul passa a investir em novos setores, como a Cultura e Entretenimento. Apesar
de produzir produtos e serviços nesse ramo, a atenção maior veio depois de um grande
progresso econômico presenciado pelo país desde os anos 60, mesmo em meio de algumas
crises o governo sul-coreano pôde experienciar uma evolução positiva da sua economia, onde
pode-se observar tal fato com o sucesso das empresas tecnológicas Hyundai, no ramo de
automóveis, Samsung e LG no ramo eletrônico, por exemplo (PABIS, 2016).
Os primeiros passos dados a respeito do ramo criativo na Cultura e Entretenimento foram
dados como resultado da Onda Hallyu, visto que esse movimento pode ser definido como
“invasão coreana”, ou seja, todos os produtos advindos da cultura sul coreana, principalmente
a partir dos anos 1990 (MONTEIRO, 2014, p. 14). A Onda Hallyu é um “resultado” dos
investimentos sul coreanos, como Monteiro comenta:
A ascensão da popularidade da Coreia do Sul é um episódio recente,
iniciou-se na década de 1990 e está na sua segunda fase. Porém
para compreender melhor esse fenômeno é importante entendermos
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
47
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
o crescimento industrial, econômico e tecnológico do país e também
sua construção política e sociocultural, que a Onda Coreana
também é resultado de diversos investimentos governamentais e
políticas de aberturas econômicas e culturais (MONTEIRO, 2014, p.
14).
A popularidade sul-coreana no setor criativo tem se mostrado cada vez mais forte e presente
no cenário econômico internacional, principalmente com os resultados obtidos através dessa
estratégia, como Monteiro cita e como foi trabalhado neste capítulo, o aproveitamento
desse instrumento, aplicado tanto pelo governo como pelas empresas privadas, resultaria em
um progresso econômico importante, sendo assim diferenciado de outros países tradicionais.
A chamada Onda Coreana revela que o investimento na Criatividade nem sempre está
relacionado a investimentos na tecnologia, mas sim em novos setores, ramos poucos
explorados ou menos valorizados da Economia Criativa, como a cultura, turismo, música,
indústria cinematográfica, moda entre outros setores voltados a indústria cultural.
Histórico da Onda Hallyu
A também chamada Onda Coreana tem seu início no começo de 1990 no ramo de produções
audiovisuais, que inicialmente eram exportados para o mercado chinês (SANTANA et al.
2021) e no ramo da música, com o K-pop. Os primeiros marcos das produções audiovisuais,
que serão chamadas de K-dramas, são o drama What Is Love All About ou First Love (1997)
que se trata de um roteiro melodramático sobre um casal de classes sociais distintas que
decide entrar para a máfia e o drama Stars in my Heart (1997) que fala sobre um jovem com
um sonho de ser artista. Ambas as obras foram populares, o primeiro foi exibido pela
emissora KBS, atingindo ótimos picos de audiência, o segundo foi transmitido pela
emissora MBC, sendo essas grandes emissoras da televisão sul coreana (SANTANA et al.
2021).
Monteiro explica que a Onda Hallyu veio de três momentos vivenciados pelo país: “o
processo de Democratização, a Crise Financeira Asiática e a Liberação Midiática na Ásia.”
(MONTEIRO p. 19, 2018), onde a região asiática inteira passava por processos de mudanças
em diversos setores como o econômico, social e cultural, logo todos esses fatores afetariam
a Coreia do Sul de alguma forma (MONTEIRO, 2018), sendo necessário um movimento
estratégico vindo do país para que não houvessem regressos na economia.
Sendo assim, o movimento surgia de uma ‘necessidade’ de uma “nova identidade asiática”
(MONTEIRO p. 20, 2018), que não fosse necessariamente importada do ocidente, mas que
fosse produzida com elementos culturais pertencentes a Ásia, e no caso da Coreia do Sul, a
sua própria cultura. Logo, é dessa forma que a Onda Hallyu vai se expandir, sendo composta
por um conjunto de fatores, como a música, os filmes, as séries e outras formas de arte.
Com o passar dos anos, a Onda Hallyu se expandiu não apenas pelos países vizinhos, como
à China, mas por toda a Ásia, em países como a Tailândia (CHANG; LEE, 2017), visto que
o movimento atraía os interesses dos jovens, principalmente, por ser uma nova forma de
entretenimento que não decorria necessariamente do ocidente.
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
48
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
no ano de 2011, a música coreana exportava mais de $ 177 milhões de dólares
(SANTANA et at. 2021) com os chamados grupos da “Primeira Geração” e “Segunda
Geração” do Kpop, iniciando pelo trio de hip hop Seo Taiji and Boys (1992), que dominou
as paradas musicais da Coreia do Sul por anos, solidificando a base do k-pop (MOURA R.,
2021) e caracterizando o ritmo como ‘uma mistura dos elementos da cultura ocidental e da
cultura sul coreana’, e continuando com a Segunda Geração, sendo dominada pelos grupos
Girls’ Generation e Big Bang, juntos ao cantor solista PSY.
A indústria do K-pop solidificou-se inicialmente com esses nomes, mas dando continuidade
e sendo o principal grupo a alcançar o maior patamar de evidência dentro da indústria musical
atualmente o grupo BTS, também chamado de Bangtan Boys ou traduzido para português,
Garotos a Prova de Bala”, tem trazido as maiores oportunidades para a indústria nos últimos
anos, através de uma trajetória de feitos e conquistas sucessivas.
Essa indústria se destaca no Mercado Musical Mundial por ter suas particularidades, que
serão tratadas no capítulo seguinte. Essas características autenticam o gênero, trazendo
visibilidade e inovação para o país, logo, abrindo portas para mais investimentos
internacionais e consequentemente o aumento exponencial do investimento na Economia
Criativa.
A onda Hallyu começou a impactar no mercado mundial econômico a partir de 2017, começa
a colher os frutos de normas institucionalizadas. Esse movimento histórico, é constituído por
uma série de setores que antes foram citados, mas serão aprofundados com o decorrer deste
trabalho, sendo eles, o k-pop e os k-dramas e como resultado destes dois o turismo.
Um dos fatores que marca a Onda Hallyu como instrumento da economia coreana, são os
projetos elaborados direcionados ao movimento, como a Associação Mundial para os
Estudos sobre Hallyu
5
em 2012, que foi fortemente apoiada pelos Ministérios das Relações
Exteriores e da Cultura, Esportes e Turismo, centralizando o foco nos estudos sobre a onda
e seus impactos.
Para Jun (2017) a Onda Hallyu passou por quatro fases, sendo estas com focos e movimentos
diferentes, no quadro a seguir, pode-se entender melhor como estas fases focalizaram em
elementos diferentes e a composição desses elementos, uma vez que assim como retratado
neste tópico, a Onda Coreana é composta por diversos elementos da cultura sul coreana.
Quadro 2 - Fases da Onda Halyu
Hallyu 1.0
Hallyu 2.0
Hallyu 3.0
Hallyu 4.0
Foco
K-dramas, K-
filmes
K-pop
Estilo de vida
coreano moderno
Onipresença da cultura
pop coreana
Exemplos
Dae Jang
Geum,
Descendants of
the Sun, Heo
2NE1, Big
Bang, BoA,
BTS, EXO,
H.O.T, Fin.
Cosméticos
(Amorepacific,
Hanyul, Hera,
Innisfree, IOPE,
Em progresso; parcerias
estratégicas com
governos e instituições
locais na China/Sudeste
5
Traduzido para o Inglês: World Association for Hallyu Studies (WAHS)
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
49
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
Jun, The
Legend of the
Blue Sea.
K.L., Girls’
Generation,
Psy, Rain,
Twice, Wonder
Girls
Laneige,
Mamonde,
THEFACESHOP,
TONYMOLY);
Saúde,
Alimentos,
Software (Kakao)
da Ásia para aumentar o
consumo de produtos da
Hallyu
Fonte: adaptado de Jun (2017) apud Carvalho (2019)
Sendo assim, a Onda Hallyu se expandiu a partir de diferentes meios da cultura, expressando-
se em setores diferentes. É importante ressaltar que o K-pop ainda é o setor que mais
movimenta a economia sul-coreana em relação a Indústria Cultural, visto que apesar de ser
a segunda fase, pode-se notar que economicamente os impactos representados superam os de
qualquer fase. Dito isto, faz-se necessário analisar especificamente alguns setores que vêm
se mostrando frutíferos para a Industria Cultural sul-coreana, sendo esses: k-pop, k-dramas,
cinema e turismo.
Os impactos e efeitos da indústria cultural sul coreana
Neste capítulo, são analisados os principais componentes da Indústria Cultural sul-coreana
como provedores de capital para a economia do país, sendo esses: k-pop, k-dramas, cinema
e turismo, como também, pretendeu-se analisar a forma como o país está aplicando certa
Diplomacia Cultural através de um dos artistas de k-pop, o BTS
6
.
1. O K-pop como porta voz da cultura sul coreana e porta de entrada para inserção
internacional do país
Como dito anteriormente, o k-pop movimenta um capital considerável para a economia sul
coreana, sendo esse o setor com mais destaque nos últimos anos, seguido dos k-dramas, logo,
pode-se notar que, o gênero musical tem exportado elementos da cultura sul coreana, para
todo o globo, considera-se então, que o k-pop pode ser chamado de “porta voz” dessa cultura,
uma vez que o gênero aborda esses elementos.
Em relação a indústria como um todo, pode-se notar que esse aumento foi gradativo, desde
2005 com as Primeiras Gerações até 2019 com o início da Quarta Geração. Sendo assim, os
valores chegaram até cerca de U$ 756.2 milhões (Statista 2022), um número significativo
para a economia sul coreana, demonstrando que a Economia Criativa é capaz de atuar como
instrumento forte nesse sentido, pode-se observar no gráfico a seguir:
6
BTS: sigla para Bangtan Boys, traduzido do inglês: garotos à prova de bala.
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
50
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
Gráfico 1 - Valor em dólares movimentados pela indústria de K-pop de 2005 a 2019
Fonte: adaptado da plataforma Statista (2022)
7
Os elementos culturais exportados pelo K-pop através das produções, expandem costumes,
tradições, como também itens de moda e maquiagem tradicionais do país, sendo assim um
artifício para a inserção do país no sistema internacional mesmo que através de obras de
entretenimento, e é esse fator que o diferencia como um país inovador em seu processo de
desenvolvimento e inserção internacional, utilizando-se em suma, de Soft Power.
Por exemplo, no videoclipe inserido na Figura 1, gravado em um set
8
referenciando um
palácio sul coreano, diversos elementos da cultura sul coreana são mostrados, como as
vestimentas e a vila em que se passa a história. Outro fato interessante sobre a obra
“Daechwita”, são os elementos sonoros utilizados para a produção da sica, utilizando-se
de instrumentos tradicionais coreanos, daechwita
9
é um gênero musical tradicional da Coreia
do Sul, mais uma vez reforçando a utilização de elementos tradicionais.
O videoclipe possui cerca de 370 milhões de visualizações
10
, trazendo assim a reflexão, que
milhões de pessoas ao redor do mundo contemplaram a produção e notaram os elementos
tradicionais, sendo assim, a obra entrou em países ocidentais sem grandes esforços, uma vez
que o rapper pertence ao grupo BTS antes comentado neste trabalho, logo, pode-se
compreender que é uma estratégia de inserção de cultura por meio de obras de
entretenimento.
Outro movimento notável que conceitua o K-pop como porta de entrada para inserção
internacional do país, se encontra nas participações frequentes dos artistas sul coreanos em
eventos ocidentais. Uma vez que estes eventos são “visados” para a indústria e abrem
oportunidades para esses artistas expandirem os seus trabalhos. Um exemplo exímio, é a
7
Disponível em: https://www.statista.com/statistics/625158/isouth-korea-export-music-industry/
8
Set: cenário para filmagens.
9
Daechwita: gênero musical composto por instrumentos de sopro e percussão similar a bandas de marcha.
10
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qGjAWJ2zWWI
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
70000
80000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
Valor em milhões de doláres
Valor em milhões de doláres
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
51
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
participação em festivais internacionais de alcance global, como o Coachella
11
, a presença
desses artistas apresentando músicas no idioma sul coreano pode ser considerado um grande
avanço para a indústria, dado que, majoritariamente nestes festivais os convidados são
ocidentais.
O grupo Blackpink, em 2019, tornou-se o primeiro grupo de k-pop a apresentar-se
oficialmente no festival. O grupo é um dos maiores da indústria do k-pop, conquistando
milhões de visualizações e vendas de álbuns por ano, agregando assim também, ao argumento
forte da expansão da cultura sul coreana através da música.
O k-pop continua levando a cultura sul coreana também na moda, visto que, estes artistas
muitas vezes têm seus estilos próprios, chamando a atenção de grandes grifes para possíveis
colaborações, ‘invadindo’ assim mais um setor influente no sistema internacional. Muitas
vezes os k-idols
12
são considerados como trendsetter
13
pelos consumidores de moda, que
eles lançam tendências que chegam a todo o globo.
Estes artistas participam de eventos que recebem grandes nomes da moda, criando uma rede
de contatos e ainda expandindo o ideário de que os sul coreanos também “entendem” de
moda, uma vez que esses idols frequentemente participam de campanhas junto às marcas de
grife como Louis Vuitton e Gucci, onde muitas vezes se tornam até mesmo embaixadores da
marca.
Sendo assim, pode-se entender que o k-pop movimenta frequentemente diversos setores,
abrindo novas oportunidades e possibilidades de sempre manterem a Coreia do Sul em
destaque, seja por sua música, atuação, influência na moda ou performances em outros
âmbitos da mídia. Deve-se compreender que, o K-pop ainda é o setor que mais importa
capital para o país, uma vez que o gênero tem se consolidado ano após ano através das
estratégias comentadas acima.
O k-pop também atua em um papel crucial de formação da imagem do país
internacionalmente, cultivando um branding do país baseado na Onda Hallyu. Billig e Silva
(2022) abordam a temática onde o país recria sua imagem internacional a partir de sua
cultura:
A Coreia do Sul reinventou sua imagem internacionalmente através
do “branding’’ nacional. A marca da nação seria uma prática de
aplicar técnicas de ‘’ branding’’ diretamente no país, a fim de
melhorar sua imagem no exterior, através de investimentos em
diversas áreas, como na cultura pop, no caso sul-coreano. (BILLIG;
SILVA, 2022 p. 87)
Sendo assim, pode-se notar mais uma vez a relevância do k-pop para a inserção internacional
do país, uma vez que a formulação de uma imagem benéfica do país, é um fator positivo para
11
Coachella: festival musical localizado na Califórnia, Estados Unidos.
12
K-idols: Korean idols, ou em português ídolos sul coreanos.
13
Trendsetter: formadores de tendências.
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
52
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
a diplomacia cultural dele, principalmente porque a melhoria da imagem se deu com os
investimentos especificamente na sua cultura, através do k-pop e dos k-dramas.
2. K-dramas e Cinema: exportadores de cultura
O ramo cinematográfico pertencente a primeira onda da Hallyu Wave é o mais composto pela
cultura sul coreana de fato, dado que no k-pop acontece com frequência a mistura de culturas,
como elementos estado-unidenses ou a mistura de gêneros musicais europeus,
diferentemente dos K-dramas e Cinema, que abordam elementos tradicionais com mais
frequência.
Os segmentos que se destacam nesse sentido são os K-dramas, ou Korean Dramas, que são
séries de drama as quais são transmitidas tanto na televisão aberta como em plataformas
digitais como a Netflix
14
. Essas séries na sua maioria são do gênero dramático, mas que
também são compostas por comédias, ficções cientificas e até mesmo terror e horror.
Rosa (2019 p. 18) traz uma perspectiva interessante de se perceber os formatos de lançamento
dos k-dramas, a autora divide esses lançamentos como Dramas Semanais, Dramas Curtos e
Dramas de Finais de Semana.
Quadro 1 - Tipos de lançamentos tradicionais dos Kdramas
Dramas Semanais
Dramas Curtos
Dramas de Finais de
Semana
Vão ao ar regularmente, com
seus episódios geralmente
lançados duas vezes durante
a semana, por exemplo:
episódio 1 na segunda-feira,
episódio 2 na terça feira. São
geralmente 16 episódios e
transmitidos na TV.
Possuem um total de duas
horas, pode ser visto como
um filme prolongado,
podendo ser ou não dividido
em mais episódios de 20 a
30 minutos.
Dramas longos, possuindo
até mais de 50 episódios de
uma hora. Lançados
geralmente nos finais de
semana.
Fonte: elaboração própria adaptado de Rosa (p.18 e 19, 2019)
Essas características podem ser consideradas típicas da Coreia do Sul, que a indústria de
k-dramas segue esses modelos desde o início. Existem outras formas de lançamento, como
citado anteriormente, em plataformas de streaming pode acontecer de uma obra ser lançada
por completa em um dia só, entretanto, como a maioria dos k-dramas vêm de emissoras sul
coreanas, essas plataformas precisam aguardar por conta das questões burocráticas de direitos
autorais.
Outro fator singular dos K-dramas, é que as séries geralmente não possuem mais de uma
temporada, já que os produtores se preocupam em fechar todos os ciclos da obra em uma só
temporada, ‘resolvendo’ de certa forma todos os acontecimentos abordados durante a
temporada única, fator este que de certa forma acaba conquistando admiradores de séries
não-longas (ROSA,2019).
14
Plataforma de streaming.
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
53
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
Os K-dramas são grandes exportadores da cultura sul coreana, primeiramente por serem
obras televisivas, segundamente por exteriorizarem componentes da cultura sul coreana. Por
exemplo, uma das maiores empresas de tecnologia da atualidade, a Samsung, diversas vezes
é evidenciada em episódios de k-dramas, a empresa geralmente faz a colaboração com as
produtoras para realizar campanhas de marketing.
Outra grande empresa que mantém esse tipo de colaboração, é a multinacional Hyundai,
frequentemente os carros da marca aparecem em cenas de k-dramas em diversos modelos.
Um exemplo popular é o k-drama Vagabond, repleto de cenas de ação, os carros da marca
aparecem constantemente durante tais cenas, principalmente por ser uma obra que envolve
perseguições e agilidade, os carros da Hyundai permanecem em destaque, sendo assim uma
ótima manobra de marketing para marca.
Outro elemento cultural bastante exportado pelos k-dramas, são as comidas tradicionais da
Coreia do Sul, apesar de parecer um elemento inofensivo, as comidas chamam atenção de
turistas de todo o globo, popularizando mais uma vez a cultura sul coreana. Não é difícil
notar a ênfase dada a cenas de alimentação nos K-dramas, diversas vezes as refeições são
tratadas como momentos reconfortantes para os personagens.
Como o exemplo da sopa de algas sul coreana, originalmente nomeada como “miyeol guk”
(HWANG et al, 2020), que é dada para aniversariantes como forma de parabenização e
conforto, é considerada como “birthday meal”, ou seja, refeição de aniversário.
Assim como os K-dramas, o Cinema tem se mostrado um setor frutífero para a Coreia do
Sul, uma vez que, a partir do recebimento de premiações internacionais, as produções sul
coreanas tem recebido destaque no mercado internacional de filmes. O grande exemplo
notável e recente é o filme Parasita (2019) produzido pelo diretor Bong Joo-ho, o filme
lançado internacionalmente apenas em 2020 recebeu quatro prêmios importantes pela
academia do Oscar (LEE, 2020). Os prêmios recebidos foram os seguintes: Melhor Filme,
Melhor Diretor, Melhor Roteiro Original e Melhor Longa-Metragem Internacional (The
Hollywood Reporter, 2021).
O recebimento de prêmios notáveis internacionalmente traz a reflexão da exportação dessa
cultura e da inserção internacional desse país em mais um setor, principalmente porque o
filme se tornou o primeiro longa metragem sul coreano a receber um Oscar e o primeiro filme
de língua não inglesa a receber o prêmio principal (BBC News, 2021), trazendo destaque
para a Coreia do Sul durante a premiação, uma vez que os vencedores discursaram em
coreano, pode-se notar a importância de atos como estes.
Nesse sentido, assim como Parasita tornou-se um fenômeno global assistido por milhões de
pessoas em cinemas de todo o mundo, movimentando também a economia sul coreana, dado
que o filme arrecadou cerca de US$ 163 milhões
15
, pode-se perceber que esses atos da
indústria do entretenimento conseguem se inserir no sistema internacional sem haver a
necessidade de obrigatoriamente exercerem políticas, ou seja, pode-se considerar um
movimento de soft power, onde inserção do país, por outros meios que não a força ou
15
Fonte: The Hollywood Reporter, 2021. Disponível em: https://www.hollywoodreporter.com/movies/movie-
news/oscars-bong-joon-hos-parasite-wins-south-koreas-first-oscar-1277161/
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
54
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
políticas insistentes. Outro exemplo notável, é o grupo BTS, antes abordado neste trabalho,
mas que será tratado com mais detalhes a seguir.
3. O grupo BTS e seus impactos
O grupo BTS, ou em hangul
16
방탄소년단, também conhecido como Bangtan Boys, ou em
português, Garotos à Prova de Balas, será analisado neste ponto, como um dos maiores
instrumentos exportadores da cultura sul coreana, como também um dos elementos do K-pop
que mais movimentam a economia sul coreana, através da sua popularidade. O grupo é
composto por sete membros, sendo eles: Rm, Jin, Suga, Jhope, Jimin, V e Jungkook. Também
será analisado a forma como o grupo pode estar inclinando-se para uma forte Diplomacia
Cultural.
A banda estreou em 2013 com a faixa “No More Dream”, administrado pela empresa Big Hit
Entertaiment. O grupo não teve um sucesso imediato, levando cerca de quase três anos para
obter sua primeira premiação nacional em 2015, com a faixa “I Need U”, o grupo começou
a crescer nacionalmente e teve início uma longa jornada de reconhecimento internacional.
Diferentemente de BoA ou Rain, sendo artistas predominantes na década de 2000, Ju Oak
Kim (2021) traz a reflexão que o BTS conseguiu trazer atenção suficiente do mercado
internacional, uma vez que esses outros artistas, por mais que profundamente conhecidos na
Coreia do Sul, não trouxeram tantos impactos internacionais como o grupo.
Seus fãs são nomeados de ARMY, traduzido para português como Exército, considerado
como o maior fandom
17
do mundo, o ARMY é um dos fatores que atingiu junto ao BTS,
recordes e novos patamares no mercado musical. Pode-se notar que outros grupos como The
Beatles e One Direction, também são ‘conhecidos’ por terem uma base de fãs extensa,
semelhantemente ao BTS, entretanto, o que se pode considerar o diferencial nesse sentido, é
a reciprocidade e união existente entre o grupo e seus fãs, a relação única entre ambos.
Chung (2022) define essa relação como The reciprocal relationship between BTS and
ARMY had ultimately created their own culture of learning. (p.23, 2022)
18
, o autor
considera que a música produzida pelo grupo é o fator que faz os fãs criarem a empatia
necessária para apoiá-los incondicionalmente. Chung também aborda esse fato no trecho “In
other words, BTS’ lyrics helped ARMYs to empathize and relate to BTS’ pain and struggles
in mind and heart despite differences in circumstances” (p. 23, 2022)
19
, ou seja, essa relação
próxima é o que tem gerado grande parte dos frutos do grupo, uma relação que envolve o
crescimento e desenvolvimento dos artistas (SEO; KIM, 2020), uma vez que esses fãs estão
em todas as partes do mundo, desde o ocidente ao oriente.
A partir de 2017, quando o grupo recebe nomeações e premiações norte-americanas, como a
indicação de Top Social Artist, antes liderada por Justin Bieber no Billboard Music Awards
(2017), são notáveis os primeiros indícios de sucesso internacional. Ou seja, apenas cinco
16
Alfabeto oficial da Coreia do Sul.
17
Base de fãs
18
Tradução própria: A relação recíproca entre o BTS e ARMY tem criado a sua própria cultura de
aprendizado.
19
Tradução própria: Em outras palavras, as letras do BTS ajudaram o ARMY a criar empatia e se identificar
com as dores e lutas do BTS independente das circunstâncias.
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
55
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
anos depois da sua estreia, o grupo começa a adentrar no mercado ocidental, uma vez que a
banda tinha diversos prêmios na Ásia, os Estados Unidos ainda são o maior mercado musical
do mundo.
Ainda em 2017, o grupo lança sua primeira campanha junto a uma organização internacional,
o programa anti-bullying lançado pela UNICEF em parceria com o BTS, chamado de Love
Myself #EndViolence, forneceu doações em mais de três milhões de dólares e ainda uma
porcentagem das vendas do álbum lançado no mesmo ano (UNICEF, 2021), que vendeu mais
de um milhão de cópias (Big Hit Entertaiment, 2018).
O ARMY também se destaca nesse sentido, visto que o fandom elabora diversas campanhas
sociais durante o ano, sendo considerados como grandes agentes solidários. Por exemplo a
campanha brasileira “Army Help The Planet”
20
que visa a conscientização ambiental, possui
quase cinco mil doadores, arrecadando mais de 200 mil reais em doações em nome do BTS
e ARMY
21
. A mesma instituição também elaborou recentemente a campanha “Tira o título,
ARMY” em relação ao incentivo aos jovens brasileiros à criação do título de eleitor. Foram
estampados em diversos prédios de cidades brasileiras mensagens de incentivo.
Uma das campanhas internacionais aconteceu durante o movimento Black Lives Matter,
outra organização em nome do BTS, chamada de “One In An Army” se reuniu para arrecadar
doações para as fianças dos manifestadores presos durante os protestos acontecidos em nome
de George Floyd, morto por policiais norte-americanos. Os fãs arrecadaram certa de US$ 1
milhão à causa, incentivando outras pessoas e artistas a fazerem o mesmo, a empresa
confirmou posteriormente a informação (CNN Brasil, 2020).
Logo, pode-se notar, a partir desses fatores, que o grupo também tem sido uma influência
benéfica para a sociedade, gerando mais popularidade, uma vez que os fãs se engajam nas
iniciativas do grupo. Essa circunstância, também pode ser notada nas vendas do grupo, não
de álbuns, mas de produtos oficiais, ingressos de shows, produtos de parcerias. Pode-se
conferir no gráfico a seguir, em relação aos chaebols
22
, os valores movimentados pelo grupo
ainda em 2018.
20
Disponível em: https://armyhelptheplanet.com/
21
Disponível em: https://armyhelptheplanet.com/
22
Grandes conglomerados empresariais sul coreanos.
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
56
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
Gráfico 1 - Porcetagem de quanto o BTS movimentou para a Coreia do Sul em
relação aos chaebols em 2018.
Fonte: adaptado da plataforma Statista (2018)
O grupo é administrado pela Hybe Labels, que anteriormente era a Big Hit Entertaiment, mas
que através do crescimento do grupo, a empresa também pôde se expandir, agora é um dos
maiores grupos comerciais do mundo, uma vez que a empresa adquiriu outras companhias
sul coreanas, como a Pledis Entertaiment e a Source Music, e ainda adquiriu ações da
empresa Ithaca Holdings, empresa que administra artistas globais como Justin Bieber e
Ariana Grande.
A Hybe Labels se expandiu em outros setores como os jogos (Hybe Solutions) e grupos
japoneses através da Hybe Labels Japan trazendo assim a percepção que o conglomerado
almeja alcançar outros setores da economia criativa, como também pode-se refletir que o
grupo tornou possível para a empresa estes fatores, devido aos seus resultados econômicos.
O BTS também se destaca como elemento potencializador do turismo cultural da Coreia do
Sul, assim como o k-pop e os k-dramas. O número de chegadas em 2016 foi
aproximadamente de 17 milhões de turistas, sendo superior ao ano de 2012 com 11 milhões,
quando esses setores ainda não eram tão conhecidos assim (The World Bank, 2020),
demonstrando dessa maneira que a explosão da Onda Hallyu através do BTS, resultou em
alcances como este.
O grupo também tem conquistado diversos prêmios internacionais notáveis no mercado
musical, como o Top Duo Group na premiação Billboard Music Awards por três anos
consecutivos
23
. Assim como nomeações em premiações consideradas topo dos patamares
para um artista, como o Grammy, onde o grupo foi nomeado na categoria Best Duo/Group,
apesar de ainda não ter conquistado o prêmio, os cidadãos sul coreanos mostram-se
orgulhosos pelo alcance.
Sendo assim, tais movimentos, tanto a relação entre o grupo e o ARMY, através de
campanhas, como também as conquistas em premiações e presença em eventos, demonstram
que a Diplomacia Cultural pode ser inserida nesse sentido. Uma vez que o grupo
23
Disponível em: https://recreio.uol.com.br/noticias/entretenimento/bts-quebra-recorde-historico-no-
billboard-music-awards-2022.phtml
13,1%
5,3%
3,4%
2,9%
0,7%
0,3%
74%
Quanto o BTS movimenta para a Coreia do Sul em relão aos
chaebols?
SAMSUNG HYUNDAI LG KIA Korean Air BTS Economia Geral
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
57
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
frequentemente tem se envolvido em atos políticos, mesmo que não diretamente referentes
ao governo sul coreano, mas sim em parceria.
Por exemplo, a presença do grupo na sede da ONU em 2021, em mais uma campanha social,
em relação as metas de meio ambiente, direitos humanos e segurança alimentar, como
também o debate sobre a vacinação contra o COVID-19, o grupo discursou e se apresentou
na sede em Nova York.
Ou ainda a presença mais recente do grupo na Casa Branca, com um breve discurso sobre
racismo contra asiáticos, onde o grupo se reuniu com o Presidente Biden para conversar. O
envolvimento do grupo em pautas sociais demonstra a sua importância para dar voz também
ao seu país de origem, uma vez que a inserção internacional sul coreana tem se tornado mais
efetiva através de elementos culturais.
O grupo foi oficialmente convidado pela Casa Branca para discursar sobre os crimes anti-
asiáticos em maio de 2022, aumentando assim a atenção adquirida pelo grupo em toda a
mídia internacional. Através de uma carta oficial, toda a mídia contemplou e discursou sobre
a importância da participação do grupo em um evento oficial notável.
A Diplomacia Cultural realizada pelo BTS é vigorosamente apoiada pelo governo sul
coreano, um exemplo deste fato, foi a entrega de passaportes diplomáticos ao grupo pelo ex
presidente Moon Jae-in, acontecimento precedente ao evento na Casa Branca, denota que o
país estava apoiando-os nesse sentido.
O ex presidente Moon Jae-in também concedeu reconhecimento aos membros do grupo com
Medalhas de Mérito Cultural do Ministério da Cultura, Esporte e Turismo como forma de
agradecimento pela expansão da cultura coreana levada pelo grupo, tornando-se os artistas
mais jovens da história sul coreana a receber tal mérito.
Sendo assim, a imagem internacional projetada pelo grupo tem sido de um país desenvolvido
em suas questões sociais como também inovador no seu processo de desenvolvimento. Logo,
pode-se entender, que o grupo BTS continua impactando de forma positiva no cenário
internacional, sendo através da sua influência social, dos ganhos financeiros e ainda da
expansão de cultura sul coreana, gerando impactos em setores diversos, como exemplificados
anteriormente.
Considerações finais
O caso sul-coreano de exportação cultural, envolvida em um processo de desenvolvimento
pautado na Economia Criativa, demonstra um ótimo exemplo da forma inovadora que os
Estados podem proceder para se inserir no cenário internacional, é claro que países ocidentais
tem seus processos facilitados por questões de geopolítica e da barreira linguística, mas
países orientais que precisam se inovar para conseguir atenção do ocidente, devem considerar
a Economia Criativa como uma estratégia.
No caso coreano, a Indústria Cultural foi o setor escolhido para o investimento, não sendo o
único no termo Economia Criativa, que o ramo tecnológico também é forte no país,
entretanto, o setor cultural aborda a cultura sul coreana de forma a conseguir exportar os seus
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
58
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
valores e tradições, sendo o grupo BTS um dos instrumentos atuais relevantes para contribuir
com a exportação destes fatores.
O principal objetivo deste trabalho foi entender a relevância da Industria Cultural na
Economia Criativa Sul Coreana, logo pode-se notar que o objetivo foi alcançado a partir dos
exemplos demonstrados no decorrer deste trabalho, através de uma metodologia de pesquisa
bibliográfica em artigos científicos, jornais internacionais, sites, teses e livros.
Analisar como os impactos Industria Cultural refletem na economia do país também pode ser
considerado como um fator notável para próximos estudos, uma vez que a área está em
constante avanço. Apesar disto, a temática necessita de estudiosos, para que se aprofundem
no poder da Economia Criativa da Industria Cultural como estratégias de desenvolvimento
econômico e inserção internacional.
Referências
ADORNO, T.W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Trad. de Guido Antonio
de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.
BANCO MUNDIAL. Country and Lending Groups. 2010.
BERTONI, L.M. Arte, Indústria Cultural e educação. 2001. Disponível em: <
https://doi.org/10.1590/S0101-32622001000200008> Acesso em: 10 de maio de 2022.
BANCO MUNDIAL. Development and Climate Change: The World Bank Group at Work.
Washington D.C.: World Bank, 2008. Disponível em: Acesso em: 13 de abril de 2022.
BARBOSA, F. Economia Criativa: Políticas Públicas em Construção. Ministério da Cultura.
2011.
BILLIG, O.A.; SILVA, A.P. A expansão do Hallyu: o uso da diplomacia cultural e seus
impactos na economia sul coreana. Curitiba. 2022. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.5380/cg.v11i1.81508 >. Acesso em: 02 jun. 2022.
CHANG, P.L.; LEE, H. Cultural preferences in international trade in international trade:
Evidence from the globalization of Korean pop culture. Singapore Management University,
Research Publications, 2017
CHUNG, Y.R. BTS & ARMY: A South Korean Music Group and Their Fandom create a
new Grassroots Movement for Social Change. 2022. Disponivel em: <
https://scholarworks.gvsu.edu/theses/1041 > Acesso em: 15 de jun. de 2022.
CNN Brasil. BTS e fãs doam mais de US$ 2 milhões para o movimento Black lives Matter.
2021. Disponível em: < https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/bts-e-fas-doam-mais-
de-us-2-milhoes-para-o-movimento-black-lives-matters/ > Acesso em 10 de jun. de 2022.
DIVULGAÇÃO DINÂMICA. Tipos de Indústrias Culturais. 2019. Disponível em:
https://www.divulgacaodinamica.pt/blog/tipos-de-industrias-culturais. Acesso em: 15 de
abril de 2022.
DUARTE, R. Indústria Cultural: uma introdução. Rio de Janeiro. Editora FGV. 2010.
Economia criativa: a relevância da indústria cultural para o progresso econômico da Coreia do Sul
59
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
GOLDENSTEIN, L. O desafio da economia criativa. Digesto Econômico, p. 458, 2010.
HOWKINS, J. The Creative Economy: How People Make Money from Ideas. 1. ed. [S. l.]:
Penguin, 2002.
HWANG, E.K., CHOI, H. G., KIM, J.K. "Seaweed resources of Korea". Botanica Marina,
vol. 63, no. 4, 2020, pp. 395-405. Disponível em: < https://doi.org/10.1515/bot-2020-0007 >
Acesso em: 10 de jun. de 2022.
JUN, H. Hallyu at a Crossroads: The Clash of Koreas Soft Power Success and Chinas Hard
Power Threat in Light of Terminal High Altitude Area Defense (THAAD) System
Deployment. Asian International Studies Review, v. 18, n. 1, p. 153-169, 2017.
KIM, J.O. BTS as Method: A Counter-Hegemonic Culture in the Network Society. Media,
Culture & Society. Media, Culture & Society, 1-17. 2021. Disponível em: < http://doi
10.1177/0163443720986029 > Acesso em: 10 de jun. de 2022.
LEE, S.T. Film as cultural diplomacy: South Korea’s nation branding
through Parasite (2019). Place Brand Public Dipl 18, 93104 (2022). Disponível em <
https://doi.org/10.1057/s41254-020-00192-1 > Acesso em: 10 de jun. de 2022.
LOVE MYSELF ORGANIZATION. Disponível em: < https://www.love-myself.org/>.
Acesso em: 12 maio 2022.
MIGUEZ, P. Economia criativa: uma discussão preliminar. 2007. p 95-114. In: Teorias e
políticas da cultura: visões multidisciplinares. Organização NUSSBAUMER, G. M.
EDUFBA, Salvador. 2007. 257p.
MONTEIRO, D.S.M. Um mergulho na Onda Coreana, nostalgia e cultura pop na série de k-
dramas “Reply”. Niterói, 2018.
MOURA, R.S. O Soft Power da música como atrativo turístico: uma análise da onda Hallyu.
Brasília/DF 2021.
NAÍSA, L. Geopolítica do K-Pop: a música que vira a cabeça (e os corpos) dos adolescentes
faz parte de um projeto estatal. Disponível em https://tab.uol.com.br/edicao/kpop/#imagem-
1. Acesso em: 29 de maio de 2022.
PABIS, T.C. Sistema Nacional de Inovação: As Políticas Tecnológicas e de Inovação da
Coréia do Sul. Blucher Engineering Proceedings, 2016.
PLANO DA SECRETARIA DA ECONOMIA CRIATIVA. Políticas, diretrizes e ações 2011
a 2013. Brasília, 2014.
ROSA, D.F.C. O que os K-dramas querem? Rio Grande do Sul. 2019.
SANTANA, B.S.M.; CARDOSO, I.F.; GREGÓRIO, R.C. Soft Power e a Hallyu: o papel do
entretenimento no expansionismo cultural sul coreano. São Paulo. 2021. Disponível em:
https://repositorio.animaeducacao.com.br/handle/ANIMA/20202
SHIN, T. Política Econômica da Coreia do Sul. Seoul, 1990.
SONG, B.N. Econômia da Coreia do Sul. Seoul, 1992.
THE HOLLYWOOD REPORTER. Oscar: Parasita faz história como primeiro filme em
língua estrangeira a ganhar o prêmio de melhor filme. 2022. Disponível em:
<https://www.hollywoodreporter.com/movies/movie-news/oscars-bong-joon-hos-parasite-
wins-south-koreas-first-oscar-1277161/>. Acesso em: 28 maio 2022.
Osvaldo Alencar Billig y Erica Larissa Costa Silva
60
Latitud Sur N° 17, Vol. 2, Año 2022. Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Económicas, Centro
de Investigación en Estudios Latinoamericanos para el Desarrollo y la Integración (CEINLADI). (En línea)
ISSN 2683-9326.
UNITED NATIONS CONFERENCE ON COMMERCE AND TRADE (UNCTAD),
Creative economy report. Genebra: UNCTAD, abril, 2008.
UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância. UNICEF e BTS comemoram o sucesso
da campanha inovadora Love Myself. 2021. Disponível em:
<https://www.unicef.org/brazil/comunicados-de-imprensa/unicef-e-bts-comemoram-o-
sucesso-da-campanha-inovadora-love-myself >. Acesso em: 12 maio 2022.
YOON, T.D.; DE SOUZA, N.J. Uma análise empírica sobre os fatores do desenvolvimento
econômico da Coréia do Sul: 1961-1990. Estudos Econômicos (São Paulo), v. 31, n. 2, p.
321-367, 2001. Acesso: 13/04/2022.