Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Barreiras comerciais sobre a exportação agrícola
paranaense: aplicação de um modelo gravitacional
e reflexos da crise de 2008
Lediany Freitas de Campos1 y Mirian Beatriz Schneider Braun2
.....
Resumo
Este estudo teve por objetivo analisar as barreiras comerciais e seus
efeitos sobre as exportações agrícolas paranaenses, de 2000 a 2011.
Como metodologia, somou-se à análise descritiva o desenvolvimen-
to de um modelo gravitacional, com a técnica de dados em painel.
Pode-se constatar que a agricultura do Paraná enfrenta diversas bar-
reiras não taririas (BNT), sendo que as mais aplicadas são sanitá-
rias e fitossanitárias, seguidas das técnicas. Os subsídios agrícolas
variam bastante, são aplicados em maior proporção pela Noruega
e Islândia, e em menor pela Nova Zelândia. No ano imediatamente
posterior à crise internacional de 2008, verificou-se um aumento nos
subsídios agrícolas e a incidência de mais BNT. Quanto às barreiras
1 Doutoranda na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pelo Centro de De-
senvolvimento e Planejamento Regional (CEDEPLAR) – Belo Horizonte - Minas Ge-
rais – Brasil. E-mail: ledianycampos@hotmail.com
2 Universidade Estadual do Oeste do Para(UNIOESTE) – Toledo – Paraná – Brasil.
E-mail: mirian-braun@hotmail.com
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tarifárias, verificou-se uma incidência maior por parte da Taindia
e da Coreia do Sul. Ademais, constatou-se que o aumento de 1% nas
barreiras taririas implica numa redução de 3,7% nas exportações
agrícolas paranaenses, ou seja, uma relação inversa. Portanto,
uma liberalização comercial em termos taririos teria um reflexo
positivo e significativo para a inserção agrícola paranaense no mer-
cado externo.
Palavras-Chave: Barreiras comerciais - Exportação agrícola para-
naense - Modelo Gravitacional.
Barreras comerciales sobre la exportación agrícola paranaense:
aplicación de un modelo gravitacional y reflexiones de la crisis
de 2008
Resumen
Este estudio tuvo por objetivo analizar las barreras comerciales y
sus efectos sobre las exportaciones agrícolas paranaenses, de 2000
a 2011. Como metodología, se sual análisis descriptivo el desa-
rrollo de un modelo gravitacional, con la técnica de datos en panel.
Se puede constatar que la agricultura de Paraenfrenta diversas
barreras no arancelarias (BNT), siendo que las s aplicadas son sa-
nitarias y fitosanitarias, seguidas de las técnicas. Los subsidios agrí-
colas vaan mucho, se aplican en mayor proporción por Noruega e
Islandia, y en menor a Nueva Zelanda. En el año inmediatamente
posterior a la crisis internacional de 2008, se verificó un aumento
en los subsidios agrícolas y la incidencia de más BNT. En cuanto a
las barreras arancelarias, se produjo una incidencia mayor por parte
de Tailandia y Corea del Sur. Además, se constató que el aumento
del 1% en las barreras arancelarias implica una reducción del 3,7%
en las exportaciones agrícolas paranaenses, es decir, hay uma rela-
ción inversa. Por lo tanto, una liberalización comercial en términos
tarifarios tendría un reflejo positivo y significativo para la inserción
agrícola paranaense en el mercado externo.
Palabras clave: Barreras comerciales - Exportación agrícola para-
naense - Modelo Gravitacional.
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Commercial barriers on the Parana’s agricultural export:
application of a gravitational model and reflections of the 2008
crisis
Summary
This study aimed to analyze trade barriers and their effect on the
Paraná agricultural exports from 2000 to 2011. The methodology
was added to the descriptive analysis the development of a gravity
model with panel data technique. It can be seen that the Para
agriculture faces several non-tariff barriers (BNT), and the most ap-
plied are sanitary and phytosanitary, followed by techniques. Ag-
ricultural subsidies vary widely, are applied to a greater extent by
Norway and Iceland, and less by New Zealand. In the year imme-
diately following the international crisis of 2008, it was found an
increase in agricultural subsidies and the incidence of more BNT. In
addition, it was found that the 1% increase in tariff barriers implies
a 3.7% reduction in agricultural exports in Paraná, that is, there
is an inverse relationship. Therefore, trade liberalization in tariff
terms would have a positive and significant reflection for the Para-
naense agricultural insertion in foreign markets.
Key words: Trade barriers - Agricultural exports of Paraná - Gravity
Model.
Introdução
No âmbito da política comercial, ao se observar o comportamen-
to das nações no que tange às transações comerciais internacionais, no-
ta-se que a política protecionista é uma prática muito utilizada. Sempre
existiram duas correntes relacionadas à política de comércio internacio-
nal: a liberal e a protecionista. Por um lado, os economistas clássicos
e alguns estudiosos anteriores defendiam o livre comércio como a
melhor opção para a política comercial de determinada economia, era
um ideal a ser buscado. Por outro lado, desde os mercantilistas muitos
economistas são contrários à liberalização comercial e defendem que
as nações fechem os seus próprios mercados e imponham obstáculos ao
livre fluxo de mercadorias, alegando necessidade de proteção nacional
contra os potenciais efeitos nocivos do comércio internacional. A opo-
sição entre as políticas protecionistas e as liberais configura-se em um
conflito histórico e provoca um debate permanente.
Visión de los sujetos acerca del vínculo Producción y Ambiente 39
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As políticas protecionistas são identificadas por meio da imposi-
ção de tarifas comerciais sobre os produtos importados, pelas barreiras
não tarifárias, que consistem em exigências sanitárias, fitossanitárias,
técnicas, licenças de importação, entre diversas outras, e também pelos
subsídios concedidos aos produtores domésticos. Essas restrições, por
vezes, são de caráter legítimo com o intuito de proteger algum bem
jurídico, como a saúde do consumidor ou do meio ambiente. Em ou-
tros casos, elas podem servir de barreiras protecionistas estratégicas,
restringindo a importação de determinadas mercadorias e, com isso,
prejudicando a inserção de produtos no mercado externo.
Segundo Krugman e Obstfeld (2005), o instrumento mais antigo
e mais simples de política comercial é a tarifa, que consiste em um im-
posto de importação. A tarifa pode ser cobrada de duas formas: a) tarifa
espefica – quando para cada unidade de um bem importado é cobrado
um valor fixo; b) tarifa ad valorem (de acordo com o valor) quando é
cobrado um percentual do valor dos bens importados. Independente da
maneira como é aplicada, o objetivo é auferir renda para o governo e,
principalmente, proteger determinados setores domésticos uma vez que
a tarifa tem como efeito aumentar o preço de bens comprados de outros
países, ou seja, encarece as importações e, assim, protege os produtores
nacionais da concorrência externa. A tarifa também pode ser mista ou
composta, quando ela abrange ao mesmo tempo tarifas específicas e ad
valorem.
Com relação ao status legal, a tarifa se diferencia em consolidada
ou aplicada. A tarifa consolidada (Bound Tariff) possui o chamado teto
tarifário (ceiling binding), ou seja, um limite máximo que é fixado para
uma transação comercial e, deste modo, uma tarifa aplicada não pode
ser superior ao teto estabelecido pela consolidada. A tarifa aplicada é
a taxa efetivamente cobrada para a entrada de produtos no mercado
doméstico, podendo ser inferior à tarifa consolidada (ICONE, 2012).
Os países podem praticar a tarifa chamada MFN (Most Favoured
Nation), estabelecida no GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio).
É a tarifa que segue o princípio da Nação Mais Favorecida (NMF), que
consiste na cobrança da mesma tarifa para todos os países. Essa tarifa
assume uma posição não discriminatória no comércio internacional, a
qual estabelece que qualquer país deve receber tratamento igual e pa-
gar a mesma tarifa para inserção de determinada mercadoria no merca-
do externo, com exceção dos casos em que o país exportador pertence
a um mesmo bloco econômico que o país importador e, neste caso, a
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tarifa aplicada pode seguir um acordo e ser reduzida ou zerada (Seabra,
2009; MDIC, 2012a).
Os países que pertencem aos acordos de integração regional po-
dem utilizar a chamada Tarifa Externa Comum (TEC). A TEC se carac-
teriza quando todos os países membros de determinado bloco econô-
mico impõem uma tarifa comum (igual) a todos os países externos ao
bloco, isto é, aos não membros, enquanto que no comércio intrabloco os
países membros possuem tarifas preferenciais ou há isenção de tarifas
(ICONE, 2012).
As práticas protecionistas sempre foram muito presentes no co-
mércio internacional, sobretudo as barreiras taririas que eram predo-
minantes até a última rodada de negociação multilateral do GATT. Na
oitava rodada, que ocorreu no Uruguai, entre 1986 e 1994, houve um
acordo para reduções tarifárias e novas formas de políticas protecionis-
tas começaram a se destacar nas negociações, como as barreiras não
taririas (BNT).
As BNT dizem respeito às diferentes formas de restringir o co-
mércio sem que seja pela imposição de tarifas. Os objetivos pelos quais
as BNT são aplicadas são diversos, podendo estar relacionados à prote-
ção do consumidor e produtor domésticos, do meio ambiente, da saúde
humana, animal e vegetal etc. No entanto, é justamente o fato de os
países aplicarem medidas ou exigências sem que haja fundamentos níti-
dos que as justifiquem, que dá origem às barreiras não tarifárias ao co-
mércio, formando o que se chama de neoprotecionismo” (ICONE, 2012,
n.p.). Algumas das BNT mais comuns são:
a) Subsídios à exportação: consiste em uma remuneração feita a
uma firma ou indivíduo que envia determinado bem para fora do país. O
subsídio também pode ser aplicado de duas maneiras, sendo uma soma
xa por unidade de bem ou uma fração do valor exportado (ad valorem).
O governo que impõe o subsídio perde receita ao gastar dinheiro com
isso, os consumidores são prejudicados no país exportador enquanto os
produtores são beneficiados. perdas de eficiência pela distorção do
consumo e da produção nos termos de troca ocorre uma deterioração,
haja vista que o subsídio provoca um decnio dos preços das exporta-
ções estrangeiras. Portanto, os benefícios dos subdios à exportaçãoo
inferiores aos seus custos (Krugman e Obstfeld, 2005).
b) Cotas de importação: equivalem a limites impostos direta-
mente sobre a quantidade que pode ser importada de determinado bem.
Muitas vezes, são emitidas licenças para firmas ou grupos de indivíduos
importarem uma quantidade de bem. Essa política comercial tem como
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 41
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consequência um aumento no preço doméstico do bem importado, pois,
à medida que as importações são restringidas, há uma demanda que
supera a oferta nacional mais os bens importados e, dessa forma, os
preços sobem para equilibrar o mercado (Krugman e Obstfeld, 2005).
Ao contrário da barreira tariria, a cota de importação não gera renda
para o governo, e também: “(...) deslocamentos da demanda (ou da ofer-
ta) provocam variações da quantidade de importações com uma tarifa
e variações do preço interno com uma cota” (Williamson, 1989, p. 88).
c) Restrições voluntárias à exportação (RVE): ou Acordo de Res-
trão Voluntária (ARV) é uma limitação quantitativa, uma cota, aplica-
da pelo país exportador. O objetivo consiste em reduzir as dimensões de
oferta do bem no país importador e, com a escassez do bem, maximizar
o preço e o bem-estar do país exportador (ICONE, 2012). Segundo a
UNCTAD (2013), em geral, as RVE são resultados de solicitações feitas
pelo país importador para fornecer uma medida de proteção para seus
negócios domésticos que produzem bens substitutos.
d) Barreiras Sanitárias e Fitossanitárias: As barreiras sanitárias
têm por intuito proteger a saúde e a vida, tanto humana como animal,
de riscos advindos de contaminações com agrotóxicos, aditivos, toxinas,
pestes, entre outros. Nestes casos, são estabelecidos, por exemplo, limi-
tes de resíduos químicos em alimentos ou atribuições específicas para o
cuidado de rebanhos de gado. As barreiras fitossanitárias visam à prote-
ção de plantas e frutas de possíveis doenças e pestes. As barreiras sanitá-
rias e fitossanitárias (SPS) também podem se configurar em exigências
de rotulagem, embalagem, marcação, higiene, rastreabilidade, inspeção,
certificação, processo de produção, entre outras (TRAINS, 2013).
e) Barreiras técnicas: estão relacionadas às restrições sobre a in-
serção de mercadorias no mercado internacional que se baseiam nas
características dos produtos ou nos processos e métodos de produção.
O importador impõe um padrão de qualidade e exige que os produtos
passem por rastreabilidade e por testes de inspeção, avaliação, verifica-
ção de garantia de conformidade, registro e credenciamento, e tenham
embalagens, rotulagens, marcação, certificação, mbolos, terminologias,
entre outros padrões técnicos específicos (ICONE, 2012; UNCTAD, 2013).
Poderiam ainda ser citadas: medidas de proteção comercial con-
tingentes (antidumping, compensação e salvaguardas); barreiras buro-
cráticas; necessidade de conteúdo local; subsídios de crédito à exporta-
ção; aquisição nacional de bens; entre outras.
Atualmente, as políticas protecionistas continuam sendo adota-
das para diferentes áreas, sobretudo para a agricultura. Como desta-
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ca Gilpin (2002), a agricultura é um dos setores econômicos de maior
influência política, o que leva a uma tendência de âmbito global no
sentido de impor barreiras às importações agrícolas, além de subsidiar
as exportações. Até a sétima rodada de negociação do GATT, a agri-
cultura ficou de fora, pois, os países membros não tinham interesse
em promover uma abertura comercial nesse setor. A inclusão do setor
agrícola na pauta de negociações ocorreu apenas na Rodada Uruguai e
passou, então, a ser o tema central dos debates, haja vista que muitos
países em desenvolvimento foram se tornando membros da Organiza-
ção Mundial do Comércio (OMC que “substituiu” o GATT após a Ro-
dada Uruguai). O tema permanece em evidência na atual rodada de
negociações – Rodada Doha - que já dura há mais de dez anos.
Diante do exposto, pode-se indagar acerca de quais são as barrei-
ras comerciais mais aplicadas e quais são os impactos das tarifas comer-
ciais sobre a inserção da agricultura paranaense no mercado externo,
bem como os reflexos da crise internacional de 2008. Nesse sentido, o
objetivo desse trabalho é identificar e analisar a incidência das barrei-
ras comerciais e quantificar os impactos das barreiras tarifárias sobre as
exportações dos produtos agrícolas paranaenses.
O tema justifica-se pelo fato do Paraná ser tradicionalmente um
grande produtor e exportador de commodities, tendo sua base econô-
mica fundamentada nas atividades agropecuárias. O Estado obteve, a
partir de meados dos anos de 1970, fortes incentivos à modernização da
agricultura, atraindo atividades industriais direcionadas ao processa-
mento da agropecuária, transformando o setor em uma fonte importan-
te de geração de emprego e renda. A atividade agropecuária expandiu,
em anos recentes, a sua ocupação do território paranaense, pois, ante-
riormente, apenas os solos mais férteis eram utilizados, até que outras
atividades passaram a utilizar solos novos e menos favoráveis. Essa ex-
pansão levou a atividade agropecuária a representar cerca de 80% das
terras do Paraná, sendo que 66% da extensão territorial é ocupada pela
agricultura e 14% pela pastagem (Ipardes , 2010).
O Paraé a quinta maior economia do país, com um PIB superior
a R$ 250 bilhões para dados de 2011, sendo o agronegócio responsável
por 35% deste valor. O Estado responde por 18% da produção de grãos
do Brasil e apresenta uma produtividade média acima da nacional. É o
maior produtor de milho, feijão e cevada, e o segundo maior produtor
de soja, trigo, aveia e centeio. As exportações representam cerca de 10%
do PIB paranaense; o Estado representa 14% das exportações nacionais
e é o terceiro maior exportador do agronegócio brasileiro. Os complexos
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de soja, carnes, sucroenergético e os produtos florestais representam
em torno de 85% da receita das exportações do agronegócio paranaen-
se. No primeiro semestre de 2011, o agronegócio participou com 74%
das exportações paranaenses (FAEP, 2013; APEX-BRASIL, 2013).
Destarte, observa-se que o agronegócio é a área pujante da eco-
nomia paranaense, tanto pelo seu desempenho por si só, como pela sua
capacidade de gerar emprego, renda e dinamizar a economia, impul-
sionando outros setores. Ao observar os dados internacionais disponí-
veis sobre as políticas de proteção comercial (TRAINS, 2012; MACMAP,
2013; OECD, 2013b), verifica-se que a imposição de barreiras comer-
ciais são práticas muito comuns entre todas as nações, e essas práticas
tendem a se intensificar em períodos de crise no sistema capitalista.
Assim, tem-se como pressuposto que as barreiras comerciais adotadas
pelos principais importadores, que dificultam a inserção agrícola nes-
ses mercados, exercem um papel inibidor sobre a competitividade dos
produtos paranaenses no mercado externo e causa impactos negativos
à economia interna do Estado, uma vez que a agricultura gera os resul-
tados mais expressivos no que diz respeito ao comércio internacional.
O superávit comercial do Estado pode ser comprometido por choques
externos, como é o caso da crise internacional de 2008, em virtude não
da redução do crédito para nanciamento das exportações, como
também do aumento de práticas protecionistas.
Pelo exposto, considera-se de suma imporncia a alise do tema
proposto para esta pesquisa, haja vista que o setor agrícola, além de en-
volver as questões econômicas tradicionais do comércio internacional,
é acentuado por uma questão de segurança alimentar para as nações, e
é um dos setores econômicos de maior influência política. Em comple-
mentação, faz-se mister discutir as possíveis estratégias de defesa e/ou
de reação da economia paranaense frente às barreiras comerciais que
seus produtos agrícolas enfrentam no mercado mundial. Como destaca
Coutinho et al. (2002), a globalização marcou, nos últimos anos, uma
fase nova em termos de acumulação de capital, o que impõe um novo
cenário global que desafia as economias como o Brasil a repensar o
seu esquema de inserção internacional. Até mesmo para um posicio-
namento face às negociações de ordem atual, de caráter multilateral e
regional, implica uma concepção contemporânea de política comercial.
Para atender o objetivo proposto, optou-se, primeiramente, pela
análise descritiva, decorrente de uma detalhada consulta de dados se-
cundários, quantitativos e qualitativos, seguida da estimação de um
modelo gravitacional que tem sido frequentemente utilizado na área de
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economia internacional para trabalhar com os fluxos internacionais de
comércio. Além de variáveis clássicas do modelo, que expressam o fluxo
comercial, a renda das economias envolvidas e os custos de transporte
entre os parceiros comerciais, representados pela distância geogfica,
foi adicionada uma variável representando as tarifas comerciais aplica-
das pelos importadores. Acredita-se que esta pesquisa possa contribuir
em termos de análise para ns de delineamento de política comercial
e econômica, dado o seu caráter específico de unidade de alise, com
vistas a entender as barreiras que o Estado do Paraná enfrenta ao inse-
rir os seus produtos agrícolas no mercado de seus principais importado-
res, além de utilizar uma das bases de dados mais completas (TRAINS,
2012) para barreiras comerciais que antes não era explorada nas pes-
quisas do Estado.
Isto posto, o trabalho está dividido em seis seções contando com
esta introdução. A seção dois apresenta uma breve revisão de literatura
do modelo aplicado. A seção três apresenta a equação gravitacional es-
timada e os métodos utilizados. Na sequência, são descritas as variáveis
e fontes de dados. A quinta seção está dividida em subseções que apre-
sentam os resultados do modelo empírico e as alises das barreiras
comerciais. Por fim, são apresentadas as considerações finais.
Aspectos teóricos do modelo gravitacional
A Lei da Gravitação Universal, formulada pelo físico Isaac Newton,
afirma que dois corpos possuem forças de atração e de repulsão, sendo
que a atração é dada pela proporcionalidade direta do produto de suas
massas e a repulsão é dada pela proporcionalidade indireta do quadrado
da distância que os separa. Fundamentado nessa ideia, foi desenvolvido o
modelo gravitacional utilizado pela ciência econômica, o qual considera,
analogamente, a renda dos países como força de atração e a distância
geográfica entre eles como força de repulsão. Em outras palavras, quanto
maior for a renda de dois parceiros comerciais e quanto menor for a dis-
tância física entre eles, maior será o montante comercializado entre eles
(Castilho, 2002; Azevedo et al., 2006; Alves e Correa, 2010).
As primeiras aplicações do modelo gravitacional para análise das
transões comerciais surgiram no como dos anos de 1960, pelos tra-
balhos de Tinbergen, Pöyhönen e Linnemann. Inicialmente, o comér-
cio bilateral foi analisado pela inclusão de variáveis que pertenciam a
três fatores: a oferta potencial do país exportador; a demanda potencial
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do país importador; e os custos das trocas mercantis. Os dois primei-
ros fatores estão relacionados às forças de atração, enquanto o último
refere-se às forças de repulsão, ou seja, a resistência ao comércio. Estas
resistências assumem um caráter natural ou artificial. Por exemplo, os
obstáculos como custos e tempo de transporte, inevitáveis na comercia-
lização, eram considerados um fator natural. os obstáculos aplica-
dos pelo governo, como tarifas de importação, barreiras não taririas
no geral, eram considerados fatores de resistência artificial (Porto,
2002; Azevedo et al., 2006).
Nesse sentido, como mostram Castilho (2002) e Almeida e Silva
(2007), a equação gravitacional original foi expressa por:
(1)
Em que: ωij representa o fluxo de comércio entre um país impor-
tador (i) e um país exportador (j); φ representa a constante gravita-
cional; YiYj são referentes ao PIB do país importador e do exportador,
respectivamente; Dij indica a distância entre os países. Na estimação
log-linear, a equação gravitacional é expressa da seguinte forma:
(2)
Onde: ln indica que as variáveis estão em termos de logaritmos
naturais; δ(0, 1, 2, 3) são os coeficientes que indicam as elasticidades das
variáveis; εij representa o termo de erro econométrico.
Conforme comentado, uma vez que as variáveis do PIB, tanto
do país importador (Yi), quanto do exportador (Yj) representam uma
força de atração do comércio internacional, espera-se que na equação
estimada elas apresentem sinais positivos. Pois, em tese, quanto maior
for o país, mais excedente exportável é gerado e maior é a procura pela
diversificação do consumo. Já a variável disncia (Dij), dado que ela é
utilizada como uma proxy para o custo de transporte, representando
uma resistência ao comércio, espera-se que o seu coeficiente estimado
assuma um sinal negativo, pois quanto maior a distância, ceteris pari-
bus, menor deveria ser o fluxo de comércio internacional.
A partir das especificações básicas do modelo, outras variáveis
foram sendo utilizadas na equação para estudar os fluxos de comércio
entre os países. Vários estudos incorporaram o PIB per capita, a popu-
lação, as tarifas comerciais, o investimento estrangeiro direto etc. Além
dessas, muitas variáveis dummies foram sendo utilizadas a m de re-
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presentar acordos de comércio, fronteira territorial, fluxos migratórios,
barreiras não taririas, membros de união aduaneira, conflitos étnicos,
idiomas equivalentes, entre outras (Castilho, 2002; Sá Porto, 2002; Aze-
vedo et al., 2006).
A fim de melhorar o modelo gravitacional, Anderson (1979, apud
Silva e Almeida, 2009; Sá Porto, 2002), procurou desenvolver um emba-
samento microecomico que deu suporte à algumas queses. Krugman
(1980, apud Piani e Kume, 2000 & Farias e Hidalgo, 2012) desenvolveu
um modelo de comércio sob concorrência monopolística, considerando
custos de transporte e rendimentos crescentes, sendo considerado como
a teoria mais propagada que justifica o modelo gravitacional. Outras con-
tribuições teóricas vieram de Bergstrand (1985) e Bergstrand (1989 apud
Sá Porto, 2002 & Castilho, 2002; Silva e Almeida, 2009), com formaliza-
ções a partir de modelo de equibrio geral, modelo de competição mo-
nopolística, admitindo produtos diferenciados, dois fatores de produção,
N países e vários setores. O fluxo de comércio é relacionado com a renda
de cada país, com a renda per capita e com os preços. A interpretação
dada às rendas fundamenta a equação gravitacional ligada às teorias de
comércio internacional intra e intersetoriais.
Também ligando o modelo gravitacional às teorias de comércio
internacional, Deardoff (1998 apud Piani e Kume, 2000; Farias e Hidal-
go, 2012) estabeleceu uma relação com o modelo de Heckscher-Ohlin
(H-O), analisando casos em que o fluxo de comércio era relacionado
com o PIB dos dois países, a distância entre eles, representando cus-
tos de transporte, e a disncia relativa. Além desses, os trabalhos de
Anderson e Van Wincooop, de 2001, 2003 e 2004, McCallum, de 1995,
Eevans, de 2003, e uma série de outros, estão entre os diversos estudos
que estabeleceram melhores esclarecimentos ao modelo gravitacional
(Souza, 2009; Farias e Hidalgo, 2012; Sá Porto, 2002; Silva e Almeida,
2009).
No Brasil, diversos estudos foram realizados aplicando o modelo
gravitacional para analisar o comércio internacional entre as nações.
Para citar apenas alguns de muitos, temos: Piani e Kume (2000) de-
senvolveram um estudo a respeito dos fluxos comerciais internacionais
entre 44 países, de 1986 a 1997. O modelo gravitacional abordou par-
ticularmente os efeitos dos acordos preferenciais de comércio para seis
blocos econômicos. Souza (2009) analisou os impactos da transparên-
cia da política comercial sobre o comércio bilateral abrangendo o Brasil
e mais 42 países, de 2003 a 2006.
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 47
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Porto (2002) estudou os impactos sofridos pelas regiões bra-
sileiras com os fluxos comerciais do Mercosul e foram criadas dummies
para capturar os efeitos do NAFTA e da União Europeia. Porto e
Canuto (2004) deram continuidade nos estudos dos reflexos do Merco-
sul no fluxo comercial das regiões brasileiras, incluindo outros blocos
econômicos, para 1990-2000. Castilho (2002) analisou as exportações
do Mercosul destinadas à Europa e para isso estimou um modelo gravi-
tacional levando em consideração o fluxo de comércio bilateral incluin-
do as barreiras comerciais, tanto tarifárias quanto não tarifárias, para o
ano de 1997, englobando 96 setores.
Azevedo (2004) examinou as alterações ocorridas nos fluxos co-
merciais em razão da formação do Mercosul, contando com dados agru-
pados para o período de 1987 a 1998, comparando o período anterior à
integração com o posterior. O autor teve como principal resultado que
a liberalização comercial não discriminatória impactou consideravel-
mente o fluxo de comércio total do Mercosul. Schwantes et al. (2010)
avaliaram os efeitos das barreiras geogficas e das barreiras tarifárias,
técnicas e sanitárias sobre as exportações de carne bovina brasileira.
A equação gravitacional estimada
para esta equação gravitacional, foram utilizadas as variáveis ori-
ginalmente propostas pelo modelo e acrescentada uma variável com o
intuito de identificar o impacto das tarifas sobre a inserção da agricul-
tura paranaense no mercado internacional3. A equação é representada
da seguinte forma:
ln Expij = α1 + β1 ln PIBi + β2 ln PIBj + β3 ln Distij + β4 ln (1 + Tj) + εij (3)
Em que: ij = Paraná (i) e país importador (j); Expij = as exportações
agrícolas do Paraná (i) para o país importador (j);4 PIBi = o Produto In-
terno Bruto do Paraná, representando o nível de renda do Estado; PIBj =
3 As barreiras não taririas (BNT) não puderam ser inseridas no modelo porque todos
os países importadores aqui considerados impõem algum tipo de BNT sobre algum
tipo de produto agrícola paranaense. Assim, a variável |BNT| inserida como uma
dummy se tornaria uma constante de “1”, impossibilitando a sua alise.
4 Das 1152 observações dessa variável (48 trimestres para cada um dos 24 países im-
portadores), 6 delas apresentaram fluxos nulos, isto é, não houve exportação agríco-
la do Paraná para o determinado país no determinado trimestre. Para considerar as
48 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
o Produto Interno Bruto do importador, representando o nível de renda
do país; Distij = a distância entre as capitais do Estado exportador e do
país importador; Tj = a tarifa comercial aplicada pelo país importador;5
α1, β(1, 2, 3, 4) e εij = respectivamente o intercepto, os parâmetros e o termo
de erro da equação; ln = indica que as variáveis foram expressas em
logaritmos naturais.
Conforme estabelecido pela teoria econômica, o sinal esperado
para os coeficientes do PIB, tanto do exportador quanto do importa-
dor, é positivo. Espera-se uma relação direta entre o PIB e as exporta-
ções agrícolas do Estado, pois, quanto maior a renda de uma economia,
maior é a sua capacidade de produção e geração de excedente exportá-
vel, bem como maior é a necessidade pela diversificação do consumo.
para as variáveis distância e tarifa, o coeficiente esperado é negativo,
pois, estas variáveis representam empecilhos para as exportações agrí-
colas, logo, a relação é inversa.
Para estimar a equação, foi utilizado o método de dados em
painel, que combina elementos de séries temporais com cortes trans-
versais, contendo, portanto, uma dimensão temporal e outra espacial,
sendo uma das vantagens o controle da heterogeneidade das unidades.
Para definir a melhor estimação, foram estimados os seguintes
modelos: pooled, efeitos fixos e efeitos aleatórios. O modelo pooled é
estimado pelo método de MQO, por isso é também conhecido por pooled
OLS (Ordinary Least Squares), e considera que todos os coeficientes são
invariáveis entre os indivíduos e ao longo do tempo, isto é, as dimensões
de tempo e espaço são desconsideradas e as observações são agrupadas,
ignorando a existência de heterogeneidade nos dados, não sendo de fato
um modelo de dados em painel (Gujarati, 2006; Baltagi, 2011).
Quando o intercepto varia entre os indivíduos e os coeficientes
angulares são invariáveis, o modelo que está sendo estimado é o de efei-
tos xos, que também é conhecido por variável binária de mínimos qua-
drados. Neste caso, está se levando em consideração as características
individuais das unidades de corte transversal e, apesar do intercepto
variar entre as unidades, cada intercepto individual não varia ao longo
do tempo, daí o termo “efeitos fixos”. Este modelo é indicado nos casos
em que o intercepto individual pode estar correlacionado com uma ou
mais variável explanatória (Gujarati, 2006; Wooldridge, 2003).
questões econômicas e se trabalhar com logaritmo, os 6 fluxos nulos foram substitu-
ídos por um número pequeno (0,0001), conforme procedimento de Castilho (2002).
5 As tarifas são as ad valorem e a título de cálculo são computadas como (1 + 0,05)
para uma tarifa de 5%, por exemplo.
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 49
Quadro 1 – Descrição das variáveis e fontes dos dados
a) Produtos agrícolas – foram consideradas as exportações dos produtos pertencentes às
quatro primeiras seções do Sistema Harmonizado (SH). Estas sões abrangem 24 capítulos e
estes contemplam diversos produtos desagregados de acordo com suas especificidades (MDIC,
2012d);
b) Países importadores* – foram selecionados 24 países que apareceram entre os maiores
importadores no período considerado: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Itália, Países
Baixos (Holanda), Portugal, Reino Unido, Argentina, Paraguai, Uruguai, Estados Unidos,
ssia, México, Chile, Peru, Venezuela, Canadá, Colômbia, China, Arábia Saudita, Japão,
Tailândia e África do Sul. Este grupo de países foi responsável por importar 69,89% dos
produtos agrícolas do Paraná no ano de 2000 e 64,62% em 2011 (MDIC, 2012b);
c) Exportações agrícolas – os dados trimestrais foram coletados em dólares Free on Board
(US$/FOB) (MDIC, 2012b); ajustados para miles de US$ e deflacionados pelo Índice de
Pros ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos (IPEADATA, 2012);
d) PIB do Paraná – foi coletado em milhões de R$ e com periodicidade anual (IPARDES,
2012); deflacionado pelo IPC/FGV e convertido para miles de US$ pela taxa de câmbio (R$/
US$) comercial média (IPEADATA, 2012). Como as estatísticas do PIB paranaense não são
elaboradas com periodicidade trimestral, o PIB anual foi convertido para trimestral por meio
do cálculo da média móvel geométrica;
e) PIB dos importadores – para a tabulação dessa série de dados, foram necesrios vários
procedimentos distintos que dependeram de cada país. Todos os PIB’s foram convertidos
para milhões de US$ pela taxa de câmbio referente à moeda de cada país (IPEADATA, 2012;
INEI, 2013); foram deflacionados pelo IPC-EUA ou nacional (IPEADATA, 2012). As fontes
para os PIB’s foram: 1) Tailândia, Arábia Saudita e Paraguai – de 2000 a 2007 - (FMI, 2013),
convertidos para trimestrais pela média móvel geométrica; 2) Paraguai as 2008 (BCP,
2013); 3) China (NBSC, 2013); 4) Uruguai (BCU, 2013); 5) Venezuela (BCV, 2013); 6) Colômbia
(DANE, 2013); 7) Peru (INEI, 2013); 8) Demais países (OECD, 2013a).
f) Disncia – foi considerada a distância entre as capitais, em quilômetros (Km) levando em
considerão a curvatura da terra (HorlogeParlante, 2013);
g) Tarifas ** os dados foram coletados para cada país individualmente e por capítulos SH
(do 01 ao 24), sendo que para 21 países foi considerada a média ponderada da tarifa NMF,
ad valorem, que é a tarifa base da OMC, e para os membros do Mercosul (Argentina, Paraguai
e Uruguai) foi considerada a tarifa zero praticada entre o bloco (TRAINS, 2012). Além das
tarifas, foram coletadas a exportão paranaense total dos 24 capítulos SH e a individual de
cada um dos 24 catulos (MDIC, 2012b; 2012c). Em seguida, foi obtida e média ponderada
por trimestres das tarifas NMF aplicadas por cada país sobre as suas importões agrícolas
paranaenses, tendo como fator de ponderão a participação percentual de cada capítulo SH
no total exportado pelo Paraná dos 24 capítulos agrícolas.
Fonte: Elaborão própria.
Notas:
* No primeiro momento foram considerados os 30 países que mais importaram produtos
paranaenses, no período de 2000 a 2011. Foram selecionados os países que mais apareceram
entre os 30 principais de cada ano. Este grupo de países foi responsável por importar 84,47%
das exportações agrícolas do Paraná no ano de 2000 e por 79,93% em 2011. Entretanto, quando
os dados referentes às tarifas foram coletados, observou-se que alguns países apresentavam
uma lacuna desses dados para vários anos, impossibilitando a inclusão deles no modelo. Desta
forma, foram descartados 6 países: Irã, Hong Kong, Índia, Coreia do Sul, Taiwan e Emirados
Árabes Unidos. Portanto, a amostra dos importadores passou para 24 países.
** É válido ressaltar que, ao contrário de outros trabalhos, esta pesquisa não considera o
comércio entre países e sim entre um Estado do país e outros países. Muito embora as tarifas
se apliquem às exportões do país como um todo, isso não se configura em um problema,
haja vista que o objetivo é justamente identificar o impacto dessas tarifas sobre os produtos
exportados especificamente pelo Estado do Paraná, que vai responder de forma diferente de
outros Estados com pauta de exportão distinta, daí a importância de realizar essa análise
desagregada.
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
O modelo de efeitos aleatórios, ou modelo de correção de erro,
considera que cada unidade de corte transversal, que representa uma
amostra de uma população bem maior, tem um valor médio de todos os
interceptos representado em um intercepto comum e as diferenças indivi-
duais no intercepto de cada unidade são reetidas no termo de erro. Uma
vantagem considerada para este modelo em relação ao de efeitos xos é o
fato dele não consumir muitos graus de liberdade, uma vez que é preciso
estimar um valor médio e a variância para o intercepto comum ao invés
de estimar rios interceptos individuais. Este modelo é adequado para
situações em que o intercepto individual não é correlacionado com as
variáveis explanatórias (Gujarati, 2006; Wooldridge, 2003).
A m de estabelecer qual o melhor modelo, foram realizados os
testes de Chow, de Hausman e o Multiplicador de Lagrange (LM) de
Breusch-Pagan (Gujarati, 2006; Wooldridge, 2003).
Variáveis e fontes de dados
O Quadro 1 apresenta as variáveis e fontes dos dados utilizados
para a equação gravitacional.
Para a alise descritiva, o estudo consistiu em uma ampla co-
leta de dados quantitativos para as barreiras tarifárias e qualitativos
(presença ou não) para as Barreiras não tarifárias, cujas fontes foram:
MAPA, 2012; MDIC, 2012b; TRAINS, 2013; OECD, 2013b.
Conforme o MAPA (2012), o Acordo Agrícola oriundo da Rodada
Uruguai considera como produtos agrícolas os seguintes capítulos do
Sistema Harmonizado (SH): 1 ao 24 (com exceção dos pescados e seus
produtos derivados), e partes dos capítulos 29, 33, 35, 38, 41, 43, 50,
51, 52 e 53. Neste trabalho, a menção aos produtos agrícolas refere-se
apenas aos capítulos 1 ao 24 como um todo.
Dentre os 24 capítulos agrícolas, alguns produtos se destacam
nas exportações do Paraná. Foram selecionados os 12 que mais apare-
ceram entre os principais de cada ano, de 2000 a 2011. Na média do pe-
ríodo, estes representaram 89,29% das exportações agrícolas do Estado
e 56,42% das exportações totais paranaenses (MDIC, 2012b). São eles:
A - Outros grãos de soja, mesmo triturados;
B - Bagaços e outros resíduos sólidos, da extração do óleo de soja;
C - Óleo de soja, em bruto, mesmo degomado;
D - Carnes de galos/galinhas, não cortadas em pedaços, congeladas;
E - Açúcar de cana, em bruto;
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 51
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
F - Café solúvel, mesmo descafeinado;
G - Pedaços e miudezas, comestíveis de galos/galinhas, congelados;
H - Milho em grão, exceto para semeadura;
I - Óleo de soja, refinado, em recipientes com capacidade >5L;
J - Café não torrado, não descafeinado, em grão;
K - Outras carnes de suíno, congeladas;
L - Álcool etílico não desnaturado com volume alcoólico >=80%.
Resultados e discussões
1 Barreiras tarifárias
1.1 O impacto das tarifas sobre as exportações agrícolas
paranaenses
A Tabela 1 apresenta os resultados da equação gravitacional es-
timada com a finalidade de investigar o impacto das tarifas comerciais
aplicadas sobre os produtos agrícolas exportados pelo Paraná. Com a
matriz de dados ajustados, foram realizados testes de estacionaridade
nas séries de tempo para então prosseguir com a estimação adequa-
da dos modelos. Foram estimados três modelos para chegar à melhor
equação a ser analisada: o modelo de Pooled, o de Efeitos Fixos e o de
Efeitos Aleatórios. Estas estimativas estão apresentadas na Tabela 1,
juntamente com o modelo de Efeitos Aleatórios ajustado pelas correções
de heterocedasticidade e de autocorrelação detectadas com os testes
adequados.
Os testes para definir o melhor modelo também são apresentados
na Tabela 1: teste de Chow, teste de Hausman e teste LM de Breusch-
-Pagan. Os testes indicaram o modelo de Efeitos Aleatórios (EA) como
o mais indicado, portanto este será o modelo analisado, com correção
tanto de heterocedasticidade quanto de autocorrelação. Os testes indi-
caram que o modelo está bem ajustado.
52 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Tabela 1 - Resultados da equação gravitacional estimada para as
exportações agrícolas paranaenses aos principais parceiros comerciais
selecionados. 2000-2011
Variáveis
independentes Regressão
Pooled
Efeitos
Fixos
(EF)
Efeitos
Aleatórios
(EA)
EA com
correção de
heteroce-
dasticidade
EA com
correção de
autocor-
relação
EA com
correção de
heteroced.
e autocorr.
PIB Paraná (PIB1) 4.6091* 4.9263* 4.9240* 3.4398* 4.3309* 2.5741*
(0.6450) (0.4727) (0.4599) (0.3097) (0.7064) (0.5755)
PIB Importador (PIB2) 0.0971* 0.1013 0.0993* 0.0572* 0.1029 0.0159
(0.0124) (0.0689) (0.0480) (0.0103) (0.0526) (0.0182)
Distância (Dist) 0.9961* -- 0.9268* 0.9389* 0.9647* 1.0392*
(0.0725) -- (0.3626) (0.0357) (0.3397) (0.0645)
Tarifa (Tar) -3.3345* -2.0409* -2.0680* -2.8167* -3.1576* -3.7236*
(0.4373) (0.3384) (0.3377) (0.3025) (0.3482) (0.2866)
Constante (α)-19.7759* -12.1015* -20.2141* -15.4565* -18.8359* -13.1198*
(1.8567) (1.2893) (3.3893) (0.8791) (3.5161) (1.6564)
Observações 1152 1152 1152 1152 1152 1152
Grupos -- 24 24 24 24 24
Períodos -- 48 48 48 48 48
R-Squared 0.2618 0.1337 0.2566 -- 0.2614 --
R-sq between -- 0.1225 0.3283 -- 0.3431 --
R-sq within -- 0.1540 0.1540 -- 0.1470 --
Teste F 101.68* 68.27* -- -- -- --
Teste de Wald -- -- 215.37* 1357.45* 153.45* 444.25*
Teste de heteteroced. -- -- 59.40* -- -- --
Teste de autocorr. -- -- 11.52* -- -- --
Teste de Chow -- 55.10* -- -- -- --
Teste de Hausman -- -- 1.39 -- -- --
Teste LM de B-P -- -- 7138.14* -- -- --
vel (t-bar // p-valor) 1ª diferença (t-bar // p-valor)
Teste IPS
Exp. -0,6392 // 0,2614 -15,1768 // 0,0000
PIB1 0,1755 // 1,0000 -6,8901 // 0,0000
PIB2 -1,1497 // 0,9900 -5,5588 // 0,0000
Resíduo -3,8477 // 0,0000 - -
Fonte: Resultados da pesquisa.
Nota: * Significativo ao nível de 5% de significância. Os valores entre parênteses correspondem
aos erros-padrão. Todas as variáveis são expressas em logaritmo natural. A varvel dependente
é a exportação agrícola paranaense (Exp.).
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 53
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Pela Tabela 1, nota-se que o coeficiente do PIB do Paraná foi sig-
nificativo estatisticamente e apresentou o sinal esperado pela teoria, ou
seja, uma relação positiva com a variável dependente. Ele indica que
um aumento de 10% no PIB do Paraná provoca um aumento de 25,74%
nas exportações agrícolas paranaenses. O Paraná é um potencial agro-
exportador e, consequentemente, as exportações agrícolas têm amplo
reflexo sobre o PIB do Estado e vice-versa. Embora a relação nítida seja
a exportação como parte integrante do PIB, como mostra a equação
do PIB pela ótica da demanda, a relação inversa também é verdadeira:
quanto maior for o PIB, mesmo que puxado em maior parte por fatores
domésticos, maior é o excedente gerado para exportação.
O coeficiente do PIB dos importadores apresentou o sinal positivo
esperado, mas não foi estatisticamente significativo (foi significativo no
modelo Pooled, no de EA e no EA com correção de heterocedasticidade).
Observa-se que um aumento de 10% na renda dos países importadores
tem um impacto de 0,16% nas exportações agrícolas do Paraná. Por
tratar-se de exportações desagregadas por produtos, e não de expor-
tações totais, os PIB’s totais dos países importadores perdem parte de
sua capacidade explicativa, além de existir uma relação inelástica dos
produtos agrícolas com a renda.
Segundo Castilho (2002), ao invés de se trabalhar com o PIB re-
presentando o nível de renda total dos países e do Estado, o ideal seria
trabalhar, no lado do exportador, com a oferta do setor, ou com a parti-
cipação da produção do determinado bem na produção total do merca-
do, e, no lado do importador, trabalhar com a demanda setorial, ou com
a participação do consumo do determinado bem no consumo total do
mercado. Todavia, essa desagregação das variáveis que representam a
renda do mercado torna-se inexequível, pois os dados relativos ao con-
sumo e a produção para setores espeficos e para um amplo conjunto
de países não estão disponíveis nas estatísticas mundiais. De qualquer
maneira, os PIB’s continuam sendo as variáveis mais utilizadas para
essa representação.
O coeciente da distância foi estatisticamente signicativo a 5% de
significância, porém, apresentou sinal contrário ao esperado pela teoria
do modelo gravitacional. O modelo indicou que um aumento de 10% na
distância está relacionado com um aumento de 10,3% na exportação. Vis-
to que no modelo gravitacional a distância é usada como uma proxy para
os custos de transporte, considerando uma situação de ceteris paribus,
ela deveria apresentar, em tese, uma relão inversa com as exportões.
Contudo, no caso deste trabalho, países mais distantes do Paraná, como
54 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
a China, são grandes importadores de produtos agrícolas paranaenses,
ao contrário de países vizinhos como a Argentina e o Paraguai. Daí de-
corre a relação direta entre distância e exportação apresentada por esta
estimação. A oferta e a demanda dos produtos agrícolas dependem das
respectivas capacidades produtivas dos países, se eles apresentam vanta-
gens comparativas e/ou competitivas na produção e exportação desses
produtos, se possuem abundância dos meios de produção em questão,
etc. Isso reflete, por exemplo, o fato da Argentina também ser uma gran-
de exportadora de produtos agrícolas, como derivados da soja, logo, é
uma concorrente do Brasil e, portanto, importa menos produtos agrícolas
do Paraem comparação com a China. Portanto, existem fatores econô-
micos relacionados à capacidade produtiva e à estrutura de mercado que
influenciam se o país será um potencial exportador de produtos agrícolas
ou se a sua importação será intensiva em produtos agrícolas. Tais fatores
recebem interferências das relações políticas comerciais e juntos superam
a distância física e os custos de transporte como determinantes de maior
ou menor fluxo comercial entre duas regiões. Ou seja, por mais conside-
ráveis que sejam os custos de transporte, eles não são determinantes de
menores exportações agrícolas paranaenses para os países mais distan-
tes, visto que a maior demanda de tais produtos vem justamente destes
países. Logo, o resultado foi adequado para a realidade do Paraná.6
É incontestável que os custos de transporte para o escoamento da
produção agrícola do Para representam um enorme gargalo ao Estado.
A infraestrutura e a logística são apontadas como os grandes vilões diante
da pujança da produção agrícola paranaense. Como destaca a FAEP
(2013), a malha rodoferrovria é caótica e encontra-se praticamente
abandonada mais de dez anos; o Porto de Paranagtempos têm
enfrentado diversos problemas, mesmo sendo de extrema importância
para a economia do país; para a exportação dos grãos paranaenses são
necessários 220 mil caminhões com capacidade de 30 toneladas para levá-
los ao Porto de Paranaguá, sendo que 30% da produção é transportada
por via ferrovria, e a necessidade de caminhões no período de um ano
pode ultrapassar 300 mil; estima-se que a capacidade atual dos portos
6 Uma ressalva a ser considerada é que no modelo estimado a disncia é utilizada como
uma proxy que apresenta uma relação remota com os custos de transporte e é abor-
dada de capital para capital, sendo que muitas vezes o centro comercial e o porto
apropriado do país não estão estabelecidos na capital, e a demanda pode estar concen-
trada em regiões urbanas, enquanto a oferta em regiões rurais. Ademais, os custos de
transporte vão am dos custos físicos, há muitos custos de transação que devem ser
considerados numa análise teórica e que são imensuráveis para uma análise empírica.
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 55
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
brasileiros não dará mais conta, num curto prazo, de atender a deman-
da em evolução; as filas de navios para atracar no Porto de Paranag
vêm aumentando; faltam armazéns, cerca de 50% a mais de espaço se-
ria necessário; entre inúmeros outros problemas logísticos. Portanto, é de
extrema importância que o governo promova melhorias na infraestrutura
rodoviária, na infraestrutura de processamento e armazenamento,
alternativas nos modais de transporte, investimentos em tecnologia,
organização logística e melhor gestão da cadeia produtiva como um todo.
Com relação à barreira tariria, o coeficiente da variável tarifa
apresentou o resultado esperado de acordo com a teoria, isto é, uma
relação negativa com a exportação agrícola paranaense, além de ser es-
tatisticamente significativo. Pode-se constatar que uma redução de 10%
nas tarifas aplicadas pelos países importadores provoca um aumento de
37,23% nas exportações agrícolas paranaenses para esses países. Desta
maneira, pode-se constatar que apesar das tarifas comerciais terem
passado por um processo de redução e serem mais controladas pela
OMC, elas ainda representam uma grande barreira ao comércio inter-
nacional dos produtos agrícolas do Estado do Paraná, e uma liberaliza-
ção comercial nesse sentido teria reflexos muito positivos, embora este
resultado possa ter sido superestimado em função da agregação dos
produtos agrícolas e da média ponderada das tarifas NFM ad valorem.
Diante desse alto impacto negativo das barreiras comerciais so-
bre as exportações agrícolas paranaenses, um ponto relevante a ser des-
tacado é que, além do Paraná ser muito dependente da exportação de
commodities e produtos de teor tecnológico e valor agregado baixos,
no decorrer dos doze anos analisados as exportações agrícolas para-
naenses se tornaram mais concentradas, tanto em termos de produtos
quanto de mercados de destino (de acordo com os dados da pesquisa,
MDIC; 2012c). O Estado tem cerca de 90% das exportações agrícolas
concentradas em 12 produtos, sendo que um único produto (A- Outros
grãos de soja, mesmo triturados) representa 30% dessas exportações e
20% das exportações totais, e ainda um único país (China) responde
por mais de 30% do mercado importador desses produtos. Nesse senti-
do, cabe ao Estado buscar dinamizar a pauta de exportação e angariar
mercados diversificados e, para isso, precisa se preparar para enfrentar
as exigências e barreiras externas que interferem nesses quesitos.
Além disso, o valor na pauta dos principais produtos agrícolas pa-
ranaenses se sustentou, no período analisado, em fuão dos altos preços
praticados no mercado mundial de commodities. A predominância dos
preços pode ser observada quando estes despencaram nos meses subse-
56 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
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quentes à explosão da crise de 2008 e os valores agrícolas exportados de-
clinaram além da redução nos volumes (MDIC, 2012c). Diante disso, des-
taca-se a vulnerabilidade das exportações paranaenses quanto aos preços
internacionais das commodities, desprovidas de um elemento pujante
para o setor exportador agrícola que possa sustentar além dos preços. No
ano de 2011, último ano desta análise, observou-se um saldo negativo na
balança comercial, sendo que o ano de 2000 havia sido o último ano em
que o Paratinha apresentado déficit na balança comercial. Destarte,
a partir do momento em que os preços deixam de sustentar, o cenário
muda, de forma que deve-se prosseguir com nova alise dessas barreiras
taririas inseridas em um período com outro contexto internacional.
1.2 A incidência das tarifas sobre os principais produtos exportados
O Quadro 2 apresenta as tarifas aplicadas por alguns dos princi-
pais importadores sobre os doze principais produtos agrícolas exportados
pelo Paraná, sendo tarifas ad valorem ou tarifas especícas vigentes no
ano de 2012. Pode-se observar que a Europa tem tarifas zeradas para os
produtos A, B, H e J, para uma especificidade do produto C e para alguns
critérios intracota dos produtos G e K. As suas maiores tarifas recaem
sobre os produtos D, G e K em se tratando de alguns casos extracota e,
portanto, são os produtos que o Estado tem mais chance de aumentar a
exportação para a Europa em função de uma redução tariria.
As maiores tarifas recaem sobre diferentes produtos: a China tem
a maior tarifa sobre o produto H, seguida do E e do L; a do Japão recai
sobre o produto K, seguido do L; Coreia do Sul - produtos A e H; Taiwan -
produto G, seguido por D e L; Tailândia - produtos E e G; Rússia - produto
L, seguida das tarifas sobre os produtos D e G; Arábia Saudita e Emirados
Árabes Unidos – tarifa de 5% e recai sobre vários produtos; África do Sul
- produto D e para determinado uso do produto G; Colômbia e Venezuela
- produto E; Canadá - produto I; Estados Unidos – produto E.
A importação do produto K é proibida na Arábia Saudita e nos
Emirados Árabes Unidos, por uma questão religiosa. Os produtos A e J
contam com tarifa zerada por 9 dos 14 países presentes na análise. Já o
produto B tem tarifas zeradas por 7 países e o produto H tem tarifas ze-
radas por 8 países. Enquanto os produtos D e I recebem tarifas por parte
de todos os países, salvo uma exceção por parte dos EUA para o produto
I em se tratando de determinado uso espefico. Como o produto D é um
dos que apresentam as tarifas mais elevadas por todos os países anali-
sados, é o produto com maior capacidade de expansão na exportação,
dada uma liberalização comercial em termos taririos.
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 57
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Quadro 2 - Tarifas aplicadas sobre os 12 principais produtos agrícolas
exportados pelo Paraná, vigentes em 2012
A - OUTROS GRÃOS DE SOJA, MESMO TRITURADOS
União Europeia: 0% | China: 3% | Japão: 0% | Coreia do Sul: 5% (intracota); 487%
(extracota, mas não menos que 956 won/Kg) | Taiwan: 0% | Tailândia: 0% | Rússia: 0% |
Arábia Saudita: 0% | África do Sul: 8% | Emirados Árabes Unidos: 0% | Colômbia: 5,1% +
BP | Venezuela: 0% + BP | Estados Unidos: 0% | Canadá: 0%
B - BAGAÇOS E OUTROS RESÍDUOS SÓLIDOS, DA EXTRÃO DO ÓLEO DE SOJA
União Europeia: 0% | China: 5% | Japão: 0% | Coreia do Sul: 1,8% | Taiwan: 0% | Tailândia:
6% | ssia: 0% | Arábia Saudita: 0% | África do Sul: 6,6% | Emirados Árabes Unidos: 0%
| Colômbia: 5,1% + BP | Venezuela: 3,45% + BP | Estados Unidos: 0,45 ¢/Kg | Cana: 0%
C - ÓLEO DE SOJA, EM BRUTO, MESMO DEGOMADO
União Europeia: 0% (p/ usos técnicos ou industriais, exceto p/ fabricão de produtos p/
alimentão humana); 2,9% (outro) | China: 9% | Japão: 10,9 Iene/Kg (p/ valor ácido > 0,6)
13,2 Iene/Kg (outros) | Coreia do Sul: 5,4% | Taiwan: 5% | Tailândia: 20% ou 1,32 Baht/
litro, o que for maior | ssia: 11,25% (p/ uso técnico ou industrial, exceto p/ a prodão de
produtos comestíveis); 11,25%, mas não menos que 0,09 Euro/Kg; (outros: em embalagens
contendo 10 litros ou menos); 11,25%, mas não menos que 0,0675 Euro/Kg (outros) | Arábia
Saudita: 5% | África do Sul: 10% | Emirados Árabes Unidos: 5% | Colômbia: 6,8% + BP |
Venezuela: 4,6% + BP | Estados Unidos: 19,1% | Canadá: 4,5%
D - CARNES DE GALOS/GALINHAS, NÃO CORTADAS EM PEDAÇOS, CONGELADAS
União Europeia: Variam de 149 Euro/ton. a 162 Euro/ton. (intracota) e de 32,5 Euro/100Kg
a 299 Euro/100Kg (extracota) | China: 1,3 Yuan/Kg | Japão: 11,9% | Coreia do Sul: 20% |
Taiwan: 20% | Tailândia: 30% | Rússia: 60% | Abia Saudita: 5% | África do Sul: 27%
| Emirados Árabes Unidos: 5% | Colômbia: 6,8% + BP | Venezuela: 8% + BP | Estados
Unidos: 8,8 ¢/Kg | Canadá: 5%
E - AÇÚCAR DE CANA, EM BRUTO
União Europeia: 93 Euro/ton. (intracota); 33,9 Euro/100Kg (extracota) | China: 15%
(intracota); 50% (extracota) | Japão: 0% (com leitura polarimétrica < 98,5 graus: açúcar
centrifugado); 35,3 Iene/Kg (com leitura polarim. < 98,5 graus: outros); 21,5 Iene/Kg
(outros) | Coreia do Sul: 3% | Taiwan: 6,25% | Tailândia: 65% ou 3,5 Baht/Kg, o que for
maior | Rússia: Há diversas especificações que variam de 140 US$/ton. a 270 US$/ton. |
Arábia Saudita: 0% | África do Sul: 0% | Emirados Árabes Unidos: 0% | Colômbia: 115% +
BP | Venezuela: 20% + BP | Estados Unidos: 1,4606 ¢/Kg (intracota); 33,87 ¢/Kg (extracota)
| Canadá: 0%
F - CAFÉ SOLÚVEL, MESMO DESCAFEINADO
União Europeia: 9% | China: 17% | Japão: 15% (adicionado de açúcar); 8,8% (outros: ca
sovel); 0% (outros: outros) | Coreia do Sul: 8% | Taiwan: 2% | Tailândia: 40% | Rússia:
10%, mas não menos que 0,5 Euro/Kg | Arábia Saudita: 5% | África do Sul: 20% (misturas
de café torrado com gorduras vegetais); 25% (outros) | Emirados Árabes Unidos: 5% |
Colômbia: 3,45% | Venezuela: 8% | Estados Unidos: 0% | Canadá: 0%
G - PEDAÇOS E MIUDEZAS, COMESTÍVEIS DE GALOS/GALINHAS, CONGELADOS
União Europeia: A carne de aves tem diversas cotas, que variam de 0% a 795 Euro/ton.
(intracota) e de 18,7 Euro/100Kg a 130 Euro/100Kg (extracota) | China: De 0,5 a 1,0 Yuan/
Kg | Japão:0% (fígados); 8,5% (pernas c/ osso); 11,9% (outros) | Coreia do Sul: 20% (patas,
peitos, asas, outros cortes) 22,5% (fígados); 27% (outros) | Taiwan: 20% (coxas, sobrecoxas,
asas; outros cortes); 25% (fígados; corações e patas, outros miúdos); 34% (pescoços) |
Tailândia: 40% | ssia: 60% | Arábia Saudita: 5% | África do Sul: 5% (cortes desossados);
27% (miúdos) | Emirados Árabes Unidos: 5% | Colômbia: 6,8% + BP | Venezuela: 8% + BP
| Estados Unidos: 17,6 ¢/Kg | Canadá: 5%
58 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
H - MILHO EM GRÃO, EXCETO PARA SEMEADURA
União Europeia: 0% | China: 1% (intracota); 65% (extracota) | Japão: 0% (p/ alimentação
animal e milho pipoca)
50% ou 12 Iene/Kg, o que for maior (outros) | Coreia do Sul: 3% (intracota); 328% (extracota)
| Taiwan: 0% | Tailândia: 20% ou 7,5 Baht/Kg o que for maior | Rússia: 0% | Abia Saudita:
0% | África do Sul: 0% | Emirados Árabes Unidos: 0% | Colômbia: 5,1% + BP | Venezuela:
5,85% + BP | Estados Unidos: 0% | Cana: 0%
I - ÓLEO DE SOJA, REFINADO, EM RECIPIENTES COM CAPACIDADE >5L
União Europeia: 1,6% (p/ usos técnicos ou industriais, exceto p/ fabricão de produtos p/
alimentão humana)
6,1% (outro) | China: 9% | Japão: 13,2 Iene/Kg | Coreia do Sul: 5,4% | Taiwan: 5% |
Tailândia: 20% ou 2,50 Baht/litro,
o que for maior | Rússia: 11,25% (p/ uso técnico ou industrial, exceto p/ a produção de
produtos comestíveis); 11,25%, mas não menos que 0,09 Euro/Kg (outros: em embalagens
contendo 10 litros ou menos); 11,25%, mas não menos que 0,0675 Euro/Kg (outros) | Arábia
Saudita: 5% | África do Sul: 10% | Emirados Árabes Unidos: 5% | Colômbia: 8% + BP
| Venezuela: 8% + BP | Estados Unidos: 0% (De grau farmacêutico...); 19,1% (outros) |
Canadá: 9,5%
J - CAFÉ NÃO TORRADO, NÃO DESCAFEINADO, EM GRÃO
União Europeia: 0% | China: 8% | Japão: 0% | Coreia do Sul: 2% | Taiwan: 0% | Tailândia:
30% | Rússia: 3,75% | Arábia Saudita: 0% | África do Sul: 0% | Emirados Árabes Unidos:
0% | Colômbia: 0,9% | Venezuela: 0% | Estados Unidos: 0% | Canadá: 0%
K - OUTRAS CARNES DE SUÍNO, CONGELADAS
União Europeia: A carne suína tem diversas cotas, que variam de 0% a 434 Euro/ton.
(intracota) e de 467 Euro/ton. a 869 Euro/ton. (extracota) | China: 12% | Japão: 482 Iene/
Kg | Coreia do Sul: 25% | Taiwan: 12,5% | Tailândia: 30% | Rússia: 0% (intracota); 48,75%
(extracota) | Arábia Saudita: Proibida | África do Sul: 15% ou 130 ¢/Kg, o que for maior |
Emirados Árabes Unidos: Proibida | Colômbia: 7,8% + BP | Venezuela: 8% + BP | Estados
Unidos: 0% | Canadá: 0%
L - ÁLCOOL ETÍLICO NÃO DESNATURADO COM VOLUME ALCOÓLICO >=80%
União Europeia: 19,2 Euro/hl | China: 40% | Japão:27,2% (com teor alclico em vol. =>
90%); 38,10 Iene/litro (outros) | Coreia do Sul: 10% (parcialmente destilado para uso em
bebidas); 30% (p/ outros usos, que não em bebidas) | Taiwan: 3% (industrial, p/ a manufatura
de produtos químicos por meio de reação química sintética); 20% (outros) | Tailândia:80,00
Baht/litro | Rússia: 100%, mas não menos que 2 Euro/litro | Abia Saudita: 5% | África
do Sul: 317 ¢/litro de álcool absoluto | Emirados Árabes Unidos: 5% | Colômbia: 10% |
Venezuela: 15% | Estados Unidos: 0% (p/ uso em bebidas); 2,5% (p/ outros usos) | Canadá:
12,28 ¢/litro de álcool etílico absoluto (p/ fabricão de bebidas); 4,92 ¢/litro de álcool
etílico absoluto (p/ outros usos).
Fonte: Elaborão própria, com base nos dados do MAPA, 2012.
Nota: BP (Banda de preço) - “mecanismo de taxação variável em que há sobretaxa nas
importões, quando o preço do produto está abaixo de uma média histórica, ou sofre rebaixa,
quando seu preço está acima de uma média hisrica” (MAPA, 2012, p. 169). Intracota e
extracota: referem-se à Cota tarifária, que se trata de um “regime de importão em que
há incidência de uma tarifa menor para determinada quantidade. Quando essa quantidade é
excedida, incide uma tarifa maior” (Ibid., p. 183).
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 59
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Caso ocorresse uma liberalização comercial no nível das tarifas,
os produtos teriam maior possibilidade de inserção nos países que atu-
almente aplicam as maiores barreiras. Sendo assim, os maiores obs-
táculos, em termos taririos, são: para o produto A - Coreia do Sul,
caso ultrapasse a cota, seguida da África do Sul; produto B África
do Sul e Tailândia; produto C Tailândia e EUA; produto D Rússia
e Tailândia; produto E Taindia, China, extracota, além da Rússia
e UE; produto F Tailândia, África do Sul e China; produto G s-
sia, Tailândia e Taiwan; produto H Coreia do Sul, extracota, China
e Japão; produto I Tailândia e EUA; produto J Taindia e China;
produto K Rússia, extracota, Tailândia e Coreia do Sul; e produto
L – Rússia e China.
2. Barreiras não tarifárias
O Quadro 3 apresenta as Barreiras não taririas (BNT) aplicadas
por alguns dos principais importadores sobre os 12 principais produ-
tos agrícolas exportados pelo Paraná. As BNT identificadas se dividem
em diversos tipos que pertencem a grandes grupos ou categorias como:
Barreiras Sanitárias e Fitossanitárias (SPS); Barreiras Técnicas ao Co-
mércio (TBT); Inspeção pré-embarque e outras formalidades; Medidas
de controle de preços; Licenças, cotas, proibições e outras medidas de
controle de quantidade; Taxas, impostos e outras medidas para-tarifá-
rias (que não são as barreiras tarifárias); Medidas de finanças; Medidas
de investimento relacionadas com o comércio; e Medidas relacionadas
à exportação.
A primeira categoria de BNT que aparece no Quadro 3 são as
Barreiras Sanitárias e Fitossanitárias (SPS). Pode-se observar que,
esta categoria é a que apresenta o maior número de subcategorias;
praticamente todos os países consultados aplicaram algum tipo de
barreira SPS; os 12 produtos analisados aparecem nessa categoria; as
SPS incidiram desde os anos anteriores ao ano de 2000 até 2011/2012.
Destacam-se as Proibições geogficas temporárias e as Exigências de
autorização especial por razões SPS que foram aplicadas por rios
países no decorrer do período, principalmente países da América do
Sul, e incidiram sobre todos os produtos. Os Limites de tolerância
para resíduos e restrições de utilização de substâncias foram aplicadas
principalmente pela China, União Europeia e Japão, sobretudo, nos
anos posteriores a 2008.
60 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Nas Exincias de rotulagem, marcação e embalagem e nas Exi-
gências de higiene também se destacam a União Europeia, China e Ja-
pão após 2008, sobre rios dos doze produtos. Diversas outras barrei-
ras SPS foram aplicadas sobre esses produtos, por diferentes países, tais
como Exigências de registro, de teste, de certificação, de inspeção, de
quarentena, de rastreabilidade, entre outras.
As Barreiras técnicas ao comércio (TBT) aparecem em segundo
lugar como as mais aplicadas sobre os principais produtos agrícolas ex-
portados pelo Paraná. Nota-se que as exigências de rotulagem, de auto-
rização por razões TBT e de registro para importadores por razões TBT
são aplicadas por rios países, sobre produtos diferentes e há registros
de incidência desde Ant. 2000 até o no ano 2009. Argentina, Paraguai
e Uruguai se destacam com as exigências de rotulagem impostas sobre
mais da metade dos doze produtos, em anos diferentes. Após 2008,
apenas o Uruguai e a União Europeia aparecem impondo determinada
exigência nessa categoria TBT.
As exigências pertencentes à Inspeção pré-embarque e outras
formalidades foram aplicadas por alguns países da Arica do Sul, so-
bretudo nos anos anteriores ao ano 2000. Nas Medidas de controle de
preços aparece a Índia com exigência de preços nimos de importa-
ções sobre 7 produtos, no ano de 2011. O Japão impôs funções de sal-
vaguarda sobre o produto k, em 2009, e alguns países da América do
Sul aplicaram taxas variáveis sobre diferentes produtos, no decorrer do
período.
As Licenças, cotas, proibições e outras medidas de controle de
quantidade foram aplicadas pelo Chile e pela Colômbia Antes de 2000,
enquanto União Europeia, China, Paraguai e Venezuela aplicaram estas
exigências a partir de 2009. Entre os produtos que mais enfrentaram
esse tipo de medida estão: A, C e E. Taxas, impostos e outras medidas
para-taririas foram aplicadas pela Índia, em anos anteriores ao ano de
2000, sobre os produtos A, B, C, D, F, G, K, sendo identificadas 3 subca-
tegorias de exigências (Quadro 3).
As Medidas de finanças foram aplicadas em subcategorias dife-
rentes, pela Argentina em 2002, sobre os produtos F, G e K, e em 2005
sobre os produtos F, G, I e K. A União Europeia impôs exigência de pa-
gamento antecipado em 2009, sobre o produto L, e a Venezuela impôs
regulamento relativo à atribuição de câmbio oficial em 2010 sobre 7
produtos.
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 61
Barreira Não Tarifária Ano inicial - País importador (Produto)
BARREIRAS SANITÁRIAS E FITOSSANITÁRIAS (SPS)
1) Proibições ou restrições de produtos ou substâncias por SPS
1-A) Proibições geográficas temporárias por razões SPS
Ant. 2000 – Argentina (H, K) / Paraguai (K) / Venezuela (K)
/ China (D, G, K) # 2004 – Chile (C) / Uruguai (C, D, F, I) #
2005 – Uruguai (D) / Japão (D, G, K) / Bolívia (D, G, K) #
2006 – Argentina (H) / Venezuela (K) / Uruguai (D) # 2007
– Uruguai (K) # 2009 – Japão (C, D, F, G, K)
------------------------------------------------------------------------
1-D) Exigência de autorização especial por razões SPS
Ant. 2000 – Paraguai (A, B, D, G, H, J) / Argentina (B, D, E,
G, J, K) / Venezuela (D, G) /
China (A, B, C, D, E, G, K, L) # 2000 – Argentina (A, H, K) #
2002 – Argentina (A, B, D, E, G, H, J, K) /
Venezuela (A, D, G, J, K) # 2003 – Argentina (A, E, H) #
2004 – Paraguai (A, H, J) # 2005 – Paraguai (A) / Venezuela
(D, G, J, K) / Japão (D, G) # 2007 – Uruguai (A, B, E, H)
------------------------------------------------------------------------
2) Limites de tolerância para resíduos e restrições de utilização
de substâncias
Ant. 2000 – Venezuela (C) / Chile (G, K) / China (A, D, G, K)
# 2002 China (D, G, K) #
2003 Argentina (H) # 2005 China (A, C, D, G, K) # 2008
Japão (D, F) # 2009 - União Europeia
(A, D, G, K) / Japão (C, D, F, G, K) # 2010 – China (A, C, E)
------------------------------------------------------------------------
2-A) Uso restrito de certas substâncias em alimentos e rações
2002 - Uruguai (B) # 2008 – Japão (D, F) # 2009 - União
Europeia (A, E, F, H, J) / Japão (D, F, G, K) #
2011 China (C, D, L)
------------------------------------------------------------------------
4) Exigências de higiene
2009 - União Europeia (D, G, K)
------------------------------------------------------------------------
4-A) Critérios microbiológicos do produto final
2009 - União Europeia (A) # 2010 - China (A, C, E)
------------------------------------------------------------------------
4-B) Práticas de higiene durante a produção
Ant. 2000 - China (A, B, C, D, E, G, K, L) # 2009 - União
Europeia (A)
------------------------------------------------------------------------
6) Regulamento de alimentos ou alimentos derivados ou
produzidos com organismos geneticamente modificados (OGM)
2009 - União Europeia (A, D, G, K)
------------------------------------------------------------------------
8) Avaliação da conformidade relacionada à SPS
8-A) Exigência de registro do produto
Ant. 2000 - Paraguai (A, D, E, F, G, H, I, J, K) / Venezuela
(C, L) / Argentina (E, F, G, I)
------------------------------------------------------------------------
8-B) Exigência de teste
Ant. 2000 - Argentina (L) # 2005 - China (A, C, D, G, K, L) #
2009 - Japão (D, F, K) # 2011 - China (A, C)
------------------------------------------------------------------------
8-C) Exigência de certificação
Ant. 2000 - Argentina (A, B, D, E, F, H, J, K) / Venezuela (A,
J) / Bolívia (A, C, D, G, J, K /
Uruguai (B, D, E, G, H, K) / China (A, B, C, D, E, G, K, L) #
2000 – Bolívia (A, D, G, J, K) # 2002 – Bolívia (A, C, D, G,
K) # 2003 – Uruguai (K) # 2004 – Argentina (A, H, J) #
2005 – Venezuela (C) / Japão (D, K) # 2006 – Venezuela (G)
# 2007 – Uruguai (A) / Japão (D, K) # 2009 - União
Europeia (D, G, K)
------------------------------------------------------------------------
8-D) Exigência de quarentena
Ant. 2000 - China (A, D, G, K) # 2011 - China (D)
------------------------------------------------------------------------
9) Avaliação de conformidade relacionada com SPS não espec.
2000 - Argentina (D, E, G, H, I, J, K) # 2005 - Japão (D, K)
1-B) Restrições geográficas sobre a elegibilidade
Ant. 2000 – Chile (B, C, E, G, K, L) / China (A, D, G, K) # 2006
Chile (G) # 2008 Japão (D, F) #
2009 - União Europeia (D, G, K)
--------------------------------------------------------------------------
1-C) Abordagem Sistêmica
2009 - União Europeia (A)
--------------------------------------------------------------------------
1-E) Exigências de registro para importadores
Ant. 2000 – Venezuela (A, D, G, J, K) / Uruguai (D, G) # 2001
– Argentina (A, C, D, E, G, H, I, J, K) #
2003 – Bolívia (A) # 2009 – União Europeia (A)
--------------------------------------------------------------------------
1-F) Proibições ou restrições de produtos ou substâncias por
razões SPS não especificadas
Ant. 2000 China (A, B, C, D, E, G, K, L) # 2005 Japão (D,
K) # 2007 Argentina (B) #
2009 – União Europeia (A)
--------------------------------------------------------------------------
3) Exigências de rotulagem, marcação e embalagem
Ant. 2000 Chile (C, E, F, G, K) # 2004 Chile (C, E) # 2008
Japão (D, F)
--------------------------------------------------------------------------
3-A) Exigência de rotulagem
2008 - Japão (D) # 2009 - União Europeia (A, D, G, K) / Japão
(D, F, K) # 2011 China (A, C, E) #
2012 - China (A, C, D, G, K)
--------------------------------------------------------------------------
3-B) Exigências da marcação
2009 - União Europeia (A)
--------------------------------------------------------------------------
3-C) Exigências de embalagem
Ant. 2000 - China (A, B, C, D, E, G, K, L) # 2009 - União
Europeia (A)
--------------------------------------------------------------------------
5) Outras exigências de processos de produção ou pós-produção
5-A) Processamento de alimentos e de ração
2009 - União Europeia (A, D, G, K) / Japão (D, F, K)
--------------------------------------------------------------------------
5-B) Condições de armazenamento e transporte
Ant. 2000 - China (C) # 2005 - Japão (D, G, K) / China (D, G,
K) # 2009 - Japão (D, F, G, K) / União Europeia (D, G)
--------------------------------------------------------------------------
7) Exigências de higiene
7-A) Exigências de higiene não especificadas
2002 - Bolívia (A, D, K) # 2003 - Uruguai (D, G, K)
--------------------------------------------------------------------------
8-E) Exigência de inspeção
Ant. 2000 – Argentina (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K) /
Paraguai (A, B, C, H, J, K) / Venezuela (D, G) /
Uruguai (D, F, G, I, K) # 2005 – Japão (D, G, K) # 2009 -
União Europeia (D, G, K)
--------------------------------------------------------------------------
8-F) Exigência de rastreabilidade
Ant. 2000 - China (A, D, G, K) # 2009 - União Europeia (A, D,
G, K)
8-F1) Origem dos materiais e peças
2009 - União Europeia ((A) # 2011 - China (A, C, E) # 2012 -
China (A, C, D, G, K)
8-F2) História de processamento
2009 - União Europeia (A) # 2012 - China (A, C, D, G, K)
8-F3) Distribuição e localização dos produtos após a entrega
2009 - União Europeia (A)
--------------------------------------------------------------------------
10) Medidas SPS não especificadas
Ant. 2000 - Argentina (A, B, E, H, J, K) / Uruguai (A, D, E, F,
G, H, I, K) # 2004 - Paraguai (A, H, J) #
2008 - Argentina (A, H, J)
Quadro 3 –Barreiras não tarifárias impostas por alguns países
importadores sobre os 12 principais produtos agrícolas exportados
pelo Paraná
BARREIRAS CNICAS AO CORCIO (TBT)
1) Proibições ou restrições de produtos ou substâncias devido a
razões TBT (p.e. ambiente, segurança)
1-A) Proibições por razões TBT
Ant. 2000 - Argentina (K) # 2009 - União Europeia (L)
------------------------------------------------------------------------
1-B) Exigência de autorização por razões TBT
Ant. 2000 – Argentina (B, K) / China (D) / Paraguai (J) /
Uruguai (L) # 2002 – Argentina (B) /
Uruguai (L) # 2007 – México (L) # 2009 - União Europeia (A,
D, G, K, L)
------------------------------------------------------------------------
1-C) Exigência de registro para os importadores, por razões
TBT
Ant. 2000 - Argentina (B, J, L) / Uruguai (B, L) / Bolívia (J)
# 2003 -Venezuela (J) # 2009 - União Europeia ( L)
------------------------------------------------------------------------
2) Limites de tolerância para resíduos e restrições de utilização
de substâncias
Ant. 2000 - Chile (C, E, F, G, K)
------------------------------------------------------------------------
3) Exigências de rotulagem, marcação e embalagem
3-A) Exigências de rotulagem
Ant. 2000 – Uruguai (A, D, E, F, G, H, I, K) # 2001 – Bolívia
(A, D, G, K) # 2002 – México (L) #
2004 – Paraguai (A, D, E, G, H, I, J, K, L) / Argentina (F) #
2005 – Argentina (A, D, E, F, G, H, K) #
2009 - União Europeia (A, D, G, K, L)
4) Regulamento sobre organismos geneticamente modificado -
OGM (por razões que não sejam de segurança alimentar) e outras
espécies estrangeiras
2003 - Venezuela (J) # 2008 - Uruguai (A, H)
--------------------------------------------------------------------------
5) Exigência de qualidade ou desempenho do produto
Ant. 2000 - Argentina (B) # 2009 - Uruguai (E)
--------------------------------------------------------------------------
6) Avaliação de conformidade relacionada com TBT
6-A) Exigência de teste
Ant. 2000 - China (C) / Colômbia (A) / Paraguai (B)
--------------------------------------------------------------------------
6-B) Exigência de certificação
2004 - Paraguai (J)
--------------------------------------------------------------------------
6-C) Exigência de inspeção
Ant. 2000 - Colômbia (C) # 2009 - União Europeia (L)
--------------------------------------------------------------------------
6-D) Exigências de características dos produtos
Ant. 2000 – Paraguai (B) # 2004 – Colômbia (C) # 2005 –
Colômbia (A) # 2006 - Colômbia (A, C)
# 2007 – Colômbia (A)
--------------------------------------------------------------------------
7) Medidas TBT não especificada
Ant. 2000 - China (D) # 2005 - Venezuela (D)
--------------------------------------------------------------------------
3-B) Exigências de embalagem
2009 - União Europeia (L)
INSPEÇÃO PR
É
-EMBARQUE E OUTRAS FORMALIDADES
1) Inspeção pré-embarque e outras formalidades
Ant. 2000 - Chile (B)
------------------------------------------------------------------------
2) Exigência de passar pela alfândega específica
Ant. 2000 - Colômbia (A)
------------------------------------------------------------------------
4) Outras formalidades n.e.
2001 - Uruguai (I)
3) Monitorização de importações e exigências de vigilância e
outras licenças automáticas de
medidas de importação
Ant. 2000 Argentina (D, G) # 2001 Bolívia (G) / Uruguai
(I) # 2007 – Argentina (K)
MEDIDAS DE CONTROLE DE PREÇOS
1) Preços administrativos
1-A) Preços mínimos de importação
2011 - Índia (A, B, C, D, F, G, K)
------------------------------------------------------------------------
3) Funções de salvaguarda
2009 - Japão (K)
2) Cargas variáveis
2-A) Taxas variáveis
Ant. 2000 – Argentina (E) / Chile (E) / Colômbia (A, C) #
2001 – Chile (C) # 2002 Chile (C, E) #
2003 - Chile (E) # 2005 - Venezuela (A, C, D, G, K) # 2007 -
Chile (E)
LICENÇAS, COTAS, PROIBIÇÕES E OUTRAS MEDIDAS DE CONTROLE DE QUANTIDADE
1) Licenças não automáticas
2009 - China (C) / União Europeia (L)
------------------------------------------------------------------------
1-A) Licença para o uso especificado
2006 - Uruguai (E)
------------------------------------------------------------------------
1-B) Licença com nenhum critério específico ex-ante
2002 Paraguai (E) # 2006 Paraguai (A) # 2009
Paraguai (D, G) / União Europeia (L)
1-C) Licença combinado com/ou substituído por autorização
especial importação
Ant. 2000 – Chile (G) #2005Paraguai (A) /Venezuela (C)
--------------------------------------------------------------------------
1-D) Autorização prévia para as categorias de produtos
sensíveis
Ant. 2000 – Colômbia (A) / Paraguai (B) # 2006 – Colômbia
(C) # 2007 – Colômbia (C)
--------------------------------------------------------------------------
2) Cotas – 2-A) Taxa de contingentes
2010 - Venezuela (A, C)
TAXAS, IMPOSTOS E OUTRAS MEDIDAS PARA-TARIFÁRIAS
1) Taxas internas e impostos cobrados sobre as importações
1-A) Impostos sobre o consumo e especial de consumo
Ant. 2000 - Índia (A, B, C, D, F, G, K)
1-B) Taxas internas e impostos cobrados sobre as importações
não especificadas
Ant. 2000 - Índia (A, B, C, D, F, G, K)
MEDIDAS DE FINANÇAS
1) Exigência de pagamento antecipado
2009 - União Europeia (L)
------------------------------------------------------------------------
2) Regulamento relativo à atribuição de câmbio oficial
2010 - Venezuela (A, C, D, G, J, K, L)
3) Regulamentos relativos às condições de pagamento para as
importações
2002 - Argentina (F, G, K) # 2005 - Argentina (F, G, I, K)
MEDIDAS DE INVESTIMENTO RELACIONADAS COM O COM
É
RCIO
1) Medidas de investimento relacionadas com o comércio não especificadas
2011 - Índia (A, B, C, D, F, G, K) MEDIDAS RELACIONADAS À EXPORTAÇÃO
1) Medidas técnicas de exportação
1-A) Certificação exigida pelo país exportador
Ant. 2000 - China (A)
2) Licença de exportação, cota, proibição e outras restrições
quantitativas
2-A) Proibição de exportação; 2-B) Cotas de exportação
2011 - Índia (C)
Fonte: Elaborão própria, com base em TRAINS (2013).
Nota: Ano de coleta das informações pela TRAINS: China e Índia (2012); Argentina, União
Europeia, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Venezuela e México (2010); Japão (2009); Chile e
Colômbia (2008).
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
As Medidas de investimento relacionadas com o comércio foram
aplicadas pela Índia no ano de 2011. Os produtos que enfrentaram essa
barreira foram: A, B, C, D, F, G, K. Dentro das Medidas relacionadas
à exportação, a Índia impôs proibição e cotas de exportação sobre o
produto C no ano de 2011. Antes do ano de 2000 a China aplicou uma
exigência sobre o produto A, relacionada às Medidas técnicas de expor-
tação.
No geral, os países apresentam um histórico de barreiras apli-
cadas sobre todos os doze produtos desde os anos anteriores ao ano
de 2000 e continuaram sendo aplicadas no decorrer dos anos. As BNT
aplicadas pela China foram basicamente iniciadas antes de 2000 ou en-
tão em 2011, sendo poucas medidas aplicadas nesse intervalo de tem-
po. as BNT aplicadas pela União Europeia, todas as encontradas na
pesquisa que gerou o Quadro 3 referem-se ao ano inicial de 2009. Foi
constatada a incidência de uma mesma barreira em rios anos, pelo
mesmo país e sobre o mesmo produto, nos casos em que venceu o prazo
de vigência e elas foram reaplicadas.
Em ntese, pode-se inferir que todos os principais importadores
utilizam dessa prática sobre os produtos agrícolas paranaenses. As bar-
reiras mais aplicadas são as SPS, seguidas das TBT. Esta pesquisa identi-
ficou 29 tipos de barreiras SPS impostas no decorrer do período sobre os
12 principais produtos e por 12 principais importadores. O produto A foi
identificado em 24 dessas barreiras, com maiores exigências feitas pela
UE e pela China. A segunda BNT mais aplicada sobre esses produtos
pertence à categoria TBT, com 13 barreiras diferentes identificadas. Ao
todo, identificaram-se 65 tipos de BNT aplicadas sobre os 12 produtos,
distribuídas em 9 categorias de BNT.
No que diz respeito aos reflexos da crise internacional de 2008
sobre a incincia das BNT, vericou-se que, após a crise, a União Euro-
peia, China, Japão e Índia foram os mercados que mais aplicaram BNT
sobre os principais produtos agrícolas do Paraná. Dos 65 tipos de BNT
aplicadas sobre esses produtos no decorrer do período, 44 incidiram a
partir de 2008, sendo que 19 barreiras foram novas”, isto é, não tinham
sido aplicadas em anos anteriores por esses países, sobre esses produtos.
Todos os produtos enfrentaram BNT após a crise, com destaque para os
produtos A, C, D, G, K, L. Entre as BNT mais aplicadas a partir da crise
estão as diversas exigências por razões SPS, seguidas das TBT.
64 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
2.1 Subsídios Agrícolas
Além das BNT observadas no Quadro 3, uma típica restrição ao
comércio internacional de produtos agrícolas advém dos subsídios con-
cedidos aos produtores domésticos, que numa visão geral podem ser
considerados uma BNT, visto que não se tratam de restrições taririas.
A Tabela 2 apresenta as Estimativas de Suporte ao Produtor
(PSE - Producer Support Estimate), isto é, os subsídios agrícolas, como
percentual da receita agrícola bruta, por países da OCDE, de 2001 a
2011. Pode se observar que os subsídios agrícolas praticados pelos paí-
ses membros da OCDE variam muito de um país para outro. No geral,
os países da OCDE mantiveram o subsídio como percentual da receita
bruta agrícola em torno de 30% até 2005, e a partir daí, até 2011, esse
percentual variou ao redor de 20%. Contudo, há uma discrepância con-
siderável para mais e para menos dessa média.
Verifica-se que a Suíça, a Noruega, Islândia e Coreia do Sul con-
cederam subsídios acima de 60% da receita bruta agrícola em diversos
anos. No ano de 2002, a Noruega apresentou um subsídio de 75%, o
maior registrado nessa pesquisa; a Suíça atingiu o pico de 71%; a Is-
lândia 67% e a Coreia do Sul 64%. Próximo desses percentuais está
o Japão, que aplicou 57% em 2002. Por outro lado, a Nova Zelândia
concedeu subsídios de apenas 1% da receita bruta agrícola. A Austrália
e o Chile aplicaram entre 3% e 6% no período analisado. Países como
México, Estados Unidos e Canadá também concederam subsídios abaixo
da média geral dos países da OCDE. Em relação aos reflexos da crise
internacional de 2008 sobre os subsídios, pode-se constatar que, no ano
imediatamente posterior à crise, os subsídios agrícolas aplicados como
percentual da receita agrícola bruta aumentaram para 10 dos 13 países
analisados. Destaca-se a Coreia do Sul, que teve um aumento de 5 p.p.,
seguida do Canadá e da Suíça, ambos com 4 p.p.. Austrália, Islândia e
Nova Zelândia foram os que registraram redução de 1 p.p. cada país.
Mas comparando 2008 com 2011, os subsídios diminuíram em 7 dos 13
países.
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 65
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Tabela 2 - Estimativas de suporte ao produtor (subsídios) como percentual da
receita agrícola bruta, por países da OCDE. 2001-2011.
País 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Var.
(p.p.)
09/08
Var.
(p.p.)
11/01
Austrália 56434554333-1 -2
Canadá 16 22 24 20 21 21 16 13 17 17 14 4-2
Chile - -555443634 3-1
Islândia 63 67 65 66 67 64 56 52 51 47 44 -1 -19
Japão 56 57 57 56 54 52 47 48 49 53 52 1-4
Coreia do Sul 60 64 57 61 60 59 57 46 51 45 53 5-7
xico 18 27 19 12 13 13 13 12 14 12 12 2-6
Nova Zelândia 10111111011-1 0
Noruega 66 75 71 66 66 64 55 59 61 61 58 2-8
Suíça 68 71 69 69 66 65 49 56 60 54 54 4-14
Turquia 421 32 32 33 33 26 26 28 26 20 216
Estados Unidos 22 19 15 16 15 11 10 911 8 8 2 -14
União Europeia 32* 36* 34 33 30 29 23 22 23 20 18 1-14
OCDE – Total 29 32 29 30 29 26 22 21 23 20 19 2-10
Fonte: Elaborão própria, com base nos dados da OECD, 2013b.
* Para estes dois anos, os dados se referem a 19 países da União Europeia, e não a 27 como
nos demais anos.
na variação obtida ao longo do período todo, de 2001 para
2011, verifica-se que houve queda para 11 dos 13 países presentes nos
dados. A Nova Zendia manteve o mesmo percentual, e a Turquia foi o
único país que aumentou a concessão de subsídios nesse período, em 16
p.p.. O país que apresentou a maior redução foi a Islândia, com queda de
19 p.p., seguida da Suíça, Estados Unidos e União Europeia, com queda
de 14 p.p. cada um. Em geral, houve queda dos subsídios no período.
Em síntese, pode-se verificar que os subsídios variam bastante.
Enquanto a Noruega e a Suíça aplicaram acima de 70% no período, a
Nova Zelândia concedeu subsídios de apenas 1%. Em 2011, a exporta-
ção agrícola paranaense enfrentou os maiores obstáculos, em termos
de subsídios, nos mercados da Noruega, Suíça, Coreia do Sul e Japão.
Já os mercados que menos oferecem restrições com subsídios são Nova
Zelândia, Austrália, Chile e EUA.
66 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
A assistência que os governos dos países desenvolvidos fornecem
aos seus produtores locais favorece, sobretudo, o setor do agronegócio
de cada país, impactando de forma negativa a competitividade dos pro-
dutos agrícolas importados. Se, por um lado, a proteção destinada à
agricultura tende a ser praticada pelos países desenvolvidos, por outro
lado, os países subdesenvolvidos, em geral, tendem a ser mais prote-
cionistas com a indústria. O Brasil tem aumentado dramaticamente o
número de ações no sentido de defesa comercial, principalmente em
relação ao setor industrial.
Desde a crise em 2008 e a promessa do G-20 de que não iria re-
correr a medidas protecionistas, o Brasil adotou 87 leis e barreiras ao
comércio em favor da indústria nacional. Mas é a adoção de medidas
antidumping que chama a atenção. Desde maio 2012, o Brasil iniciou
investigações em relação a 27 casos de importações, dando ao País a
liderança incontestável no uso desses instrumentos. um ano, o nú-
mero foi de apenas sete ações. Medidas antidumping não são ilegais
e até são reconhecidas como instrumento para frear práticas desleais
de parceiros comerciais. Mas a explosão no número de casos no Brasil
levantou a suspeita de que o mecanismo esteja sendo usado como fer-
ramenta protecionista. De 77 casos desde maio, 35% foram adotados
pelo Brasil. O segundo país que mais iniciou investigações foi o Canadá,
com nove, seguido pela China com sete casos. A explosão no número
brasileiro ainda fez com que o total subisse 43% (CHADE, 2012, p. 01).
Após a crise de 2008, o grupo G-20 se reuniu e acordou que os
países membros não recorreriam às barreiras protecionistas. Entretan-
to, o acordo não tem sido mantido por todos os países, e o Brasil tem
estado no topo das atenções em relação às medidas antidumping que
o país tem adotado. Embora o governo brasileiro diga não se tratar de
uma barreira comercial, e sim de práticas permitidas dentro das regras
da OMC, muitas queixas têm sido feitas por parte de outros países.
Considerões finais
O objetivo deste estudo foi analisar as barreiras comerciais e os
impactos das tarifas sobre as exportações agrícolas paranaenses, de
2000 a 2011, aplicando o modelo gravitacional para quantificar esses
efeitos, além de uma análise descritiva. Pelos resultados obtidos, pode-
-se constatar estatisticamente que as exportações agrícolas paranaen-
ses são diretamente relacionadas com o PIB do Paraná, com o PIB dos
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 67
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
países importadores e com a distância geogfica entre o exportador e
os importadores, sendo que o aumento de 1% nestas variáveis tem um
impacto positivo de 2,5%, 0,016% e 1,03%, respectivamente, nas expor-
tações agrícolas paranaenses.
Ao se pensar na variável distância, podemos fazer uma reflexão
com relação aos obstáculos internos. Como foi apontado, um dos gran-
des gargalos internos para o setor exortador consiste na logística e infra-
estrutura. Nesse sentido, é de extrema importância que ocorram melho-
rias na infraestrutura rodoviária, na infraestrutura de processamento e
armazenamento, alternativas nos modais de transporte, investimentos
em tecnologia, organização logística e melhor gestão da cadeia produ-
tiva como um todo. No geral, é necessário que se estabeleça uma visão
de longo prazo, atenta para questões estruturais e não apenas conjuntu-
rais. Am disso, constatou-se a necessidade de diversificar e dinamizar
a pauta de exportação, angariar mercados diversificados e se proteger
em relação à oscilação dos preços internacionais das commodities.
No que diz respeito aos obstáculos externos, dois pontos da
política comercial devem ser considerados: as barreiras taririas e as
barreiras não taririas (BNT). Quanto aos efeitos das barreiras tarifá-
rias, o modelo gravitacional estimado apresentou o resultado esperado
de acordo com a teoria concernente à política comercial, isto é, uma
relação inversa entre tarifa comercial e exportação. Constatou-se que
um aumento taririo de 1% tem um impacto negativo de 3,7% nas ex-
portações agrícolas do Paraná. Deste modo, pode-se inferir que, embora
as tarifas comerciais tenham passado por um processo de redução e
sejam mais controladas pela OMC, elas ainda representam uma grande
barreira ao comércio internacional dos produtos agrícolas do Estado,
considerando o período abordado nesta estimação empírica.
Portanto, uma liberalização comercial em termos taririos te-
ria reflexos muito positivos para a economia paranaense. Pois, as po-
líticas protecionistas adotadas pelos principais importadores exercem
um papel inibidor sobre a competitividade dos produtos paranaenses
no mercado externo e causa impactos negativos também à economia
interna do Estado, uma vez que a agricultura gera os resultados mais
expressivos no que diz respeito ao comércio internacional do Paraná
e têm seus efeitos a montante e a jusante que interferem nos demais
setores da economia.
Quanto às barreiras não taririas, é preciso ficar claro que a
competitividade dos produtos não depende mais apenas da qualidade
dos produtos e normas técnicas atendidas, mas de uma política comercial
68 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
capaz de atuar frente às jogadas estratégicas comumente desenvolvidas
pelos países. Pode-se averiguar com a pesquisa que, embora tenha ocor-
rido uma tendência de redução nas tarifas comerciais, o mesmo não
aconteceu com as barreiras não tarifárias. Estas têm crescido camufla-
das em novas medidas adotadas pelos países desenvolvidos e em de-
senvolvimento, caracterizando-se nas principais políticas de proteção
comercial utilizadas pelas nações, principalmente, após o advento da
crise de 2008. Por um lado, as BNT nunca deixarão de existir, pela ques-
tão de legitimidade quando buscam proteger a saúde humana, animal e
vegetal, assim, é natural que o Estado fique atento às normas e padrões
de qualidade que vêm cada vez mais sendo exigidos pelos mercados
mundiais e busque investimentos sólidos com vistas a estar apto a aten-
der essas exigências. Contudo, muitas BNT são de cunho estratégico a
fim de obter vantagens no comércio internacional, e têm sido aplica-
das com exigências exageradas e distorcidas, impondo restrições que
o mercado exportador tem dificuldades para enfrentar, pois, no Estado
de desenvolvimento, a tecnologia e os investimentos existentes não são
suficientes para se adequar às normas técnicas e exigências extrapola-
das e medidas injustificadas.
Nesse sentido, considera-se que as negociações comerciais mul-
tilaterais não têm apresentado resultados muito relevantes. O ponto
favorável da Rodada Uruguai foi ter estabelecido o Acordo Agrícola,
inserindo a agricultura nas regras universais de comércio e, portanto,
dando início ao processo de liberalização comercial no setor agrícola.
A partir daí os avanços ainda não foram notados, sendo que a Rodada
Doha dura mais de dez anos e ainda não definiram regras claras
capazes de inibir as medidas protecionistas que avaam sobremaneira
na agricultura. Na contramão das negociações multilaterais, aumenta-
ram os acordos comerciais de âmbito regional e bilateral, o que implica
em sérias barreiras ocultas aos fluxos comerciais agrícolas do mercado
brasileiro, pois representam um deslocamento do comércio.
Nesse contexto, pode ser feita uma reflexão no que tange ao pa-
pel do Mercosul. O próprio bloco também pode atuar como uma bar-
reira oculta ao comércio agrícola brasileiro, uma vez que não permite
que o Brasil estabeleça acordos bilaterais agindo isoladamente fora do
bloco. Se, por um lado, o Mercosul permite que o Brasil negocie em blo-
co com outros blocos econômicos, e mesmo assim um acordo do bloco
com a UE patinou por longos anos, por outro, ele limita a negociação
individual brasileira com menores economias pertencentes que não fa-
zem parte do bloco. Ainda que, de certa maneira, possa ser beneficiado
Barreiras comerciais sobre a exportão agrícola paranaense 69
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
pela União Aduaneira da qual faz parte, como o seu comércio favorável
com a Argentina, por exemplo, ao mesmo tempo é preciso agir no sen-
tido de buscar melhorias nas cláusulas do bloco a m de permitir uma
autonomia quanto às necessidades comerciais de cada país, com uma
observação atenta para que os benefícios do bloco não sejam suplanta-
dos pelos potenciais custos do mesmo.
Diante da globalização instalada, é inevitável que o comércio
seja disciplinado por meio de regulamentações colocadas pela OMC, o
problema é a dificuldade dos países membros chegarem a uma conclu-
são nas negociações ante aos interesses próprios e ponderando sempre
as possíveis perdas nas jogadas estratégicas. Cabe ao Brasil atuar nas
negociações a favor de regras reformuladas e claras concernentes ao
comércio agrícola multilateral. Ao contrário dos teóricos no século
XVIII que desprezavam a ação do Estado a fim de que ocorresse uma
livre circulação de mercadorias, o papel do Estado deve ser cobrado
justamente no sentido de promover essa liberalização comercial, de-
fendendo o comércio de grande imporncia à sua economia, sem que
com isso aplique também proteções não legítimas sobre os produtos dos
demais mercados, ou imponha uma defesa comercial no sentido de pro-
teger apenas determinados setores da indústria, deixando a agricultura
em segundo plano.
Até o período em que se estende esta análise, observa-se que o
Brasil tem apresentado uma política de defesa comercial mais forte no
sentido de proteger a indústria. É uma política protecionista que limita
a capacidade produtiva ao mercado interno e impede que o setor indus-
trial se integre às cadeias produtivas globais. As respostas às medidas
protecionistas praticadas pelo Brasil podem vir por práticas semelhan-
tes por parte dos parceiros importadores impactando, sobretudo, o setor
do agronegócio que é o maior exportador do Estado do Paraná. Assim,
o setor competitivo do país sai prejudicado pelas barreiras que enfrenta
no mercado mundial e indiretamente pelas preferências adotadas pelo
governo nacional.
Ademais, as discussões no âmbito nacional precisam ocorrer no
sentido de repensar a inserção agrícola brasileira no mercado externo,
atenta ao longo prazo, com políticas mais agressivas, de ão eo ape-
nas de reação. Com o Brasil estando cada vez mais inteirado sobre as
barreiras camufladas que permeiam as negociações comerciais, espera-
-se que ocorram avanços da atuação brasileira no que tange a elimina-
ção das práticas de concorrência desleal no fluxo comercial agrícola,
combatendo o protecionismo.
70 Lediany Freitas de Campos y Mirian Beatriz Schneider Braun
Revista Interdisciplinaria de Estudios Agrarios Nº 47 | 2do. Semestre de 2017
Isto posto, acredita-se que os resultados obtidos com esta pesqui-
sa e as discussões aqui levantadas tenham contribuído para o debate.
Dada a relevância e a complexidade do tema, este estudo não teve por
finalidade esgotar o assunto em questão, de modo que trabalhos fu-
turos, sobretudo, que complementem as potenciais limitações da esti-
mação empírica, podem vir a ser desenvolvidos dando continuidade às
discussões deste campo de pesquisa.
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Barreiras comerciais sobre a exportação agrícola paranaense: aplicação de um modelo
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Fecha de recepción: 25/8/2017
Fecha de aceptación: 4/11/2017