Facultad de Ciencias Económicas – Universidad de Buenos Aires Instituto de Investigaciones en Administración, Contabilidad y Métodos Cuantitativos para la Gestión

Sección de Investigaciones Contables

Contabilidad y Auditoría

ISSN 1515-2340 (Impreso) ISSN 1852-446X (En Línea) ISSN 1851-9202 (Vía Mail)

Nº 47 año 24–p. 15/36

Titulo:

REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO DO CURSO DE

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

Autora:

MARIA DE LOURDES DOS SANTOS ANTUNES

lourdinhaantunes@hotmail.com

Universidad Federal Fluminense (UFF)

Dra. MARIA DE LOURDES DOS SANTOS ANTUNES

Doctora en Ciencias de la Educación. Universidad Nacional de Rosario. Argentina

Profesora Asistente del Departamento de Contabilidad de la Facultad de Administración y Ciencias Contables de la Universidad Federal Fluminense (UFF)

Fue Jefe de Coordinación del Presupuesto de la Pro Rectoría de Planeamiento de la UFF

Autora y expositora en congresos nacionales e internacionales

Publicación:

-Presentada el 29/01/2018

-Aprobada el 05/03/2018

-Publicada en Junio de 2018

Contabilidad y Auditoría Nº 47 Año 24 – Junio 2018

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TÍTULO: REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS. P.15/36

AUTORA: MARIA DE LOURDES DOS SANTOS ANTUNES

REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO DO CURSO DE

GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS

THOUGHTS OF THE CURRICULUM OF DEGREE COURSE IN ACCOUNTING SCIENCE

OF THE UNIVERSIDAD FEDERAL FLUMINENSE.

SUMÁRIO

Palabras Clave

Key Words

Resumen

Abstract

0.Introdução

1.As atividades complementares dentro do contexto educacional e profissional

2.Método da pesquisa

3.Análise e discussão dos resultados

4.Considerações finais

5.Referências

PALAVRAS-CHAVE

CONTABILIDADE CURRÍCULO - ATIVIDADES COMPLEMENTARES

CONTEXTO EDUCACIONAL E PROFISSIONAL

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AUTORA: MARIA DE LOURDES DOS SANTOS ANTUNES

KEY WORDS

ACCOUNTING - CURRICULUM - COMPLEMENTARY ACTIVITIES

EDUCATIONAL AND PROFESSIONAL CONTEXT

RESUMO

O presente estudo tem como objetivo avaliar o papel das Atividades Complementares no processo de mudança curricular do curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal Fluminense. Para isso, apresenta-se o contexto educacional e profissional em que se desenvolvem as Atividades Complementares e seus desdobramentos no currículo acadêmico a partir da discussão, análise de dados e resultados apresentados na investigação com 110 discentes, por meio de questionários fechados e entrevistas semiestruturadas, e no que os autores aqui apresentados, têm a nos referenciar sobre tal investigação.

ABSTRACT

The present study aims to evaluate the role of Complementary Activities in the curricular change process of the Accounting Sciences course of the Federal Fluminense University. For that, the educational and professional context in which the Complementary Activities are developed and their unfolding in the academic curriculum is presented, based on the discussion, analysis of data and results presented in the research with 110 students, through closed questionnaires and semi- structured interviews, and in which the authors presented here, have to refer us on such investigation.

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INTRODUÇÃO

Ahistória da educação moderna está fortemente relacionada ao modo como o desenvolvimento econômico dá origem a novas formas de organização e de novos modelos de negócios. O significado da

sociedade industrial nos permitem concluir que este aspecto da história da educação não é necessariamente novo. Ao contrário, o fenômeno da globalização - isto é, o aprofundamento da integração econômica, política, social e cultural impulsionada pela tecnologia da informação - têm suas raízes sociais na ruptura assinalada pela moderna divisão social do trabalho. Assim, como a industrialização foi o evento dominante em escala nacional, a integração econômica é o evento dominante de agora, só que em escala global. Como costuma dizer Castells, “o que é novo (...) é que a economia nacional funciona agora como uma unidade da economia mundial” (1999, p. 18-9).

Consequentemente, o que vimos nas duas últimas décadas foi intensificação da consciência de que desenvolvimento e educação estão intrinsecamente ligados. E isso está relacionado à questão de que hoje o principal fator de produtivo não ser mais nem o capital, nem os recursos naturais, mas o conhecimento.

Assim, o presente artigo elegeu o currículo universitário como tema de investigação. Especificamente, nosso propósito é o de investigar o papel das atividades complementares – ACs - no contexto de reforma curricular do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal Fluminense. Busca-se compreender o potencial das Atividades Complementares para a consolidação das referidas reformas e da capacidade do novo currículo propiciar ao curso de ciências contábeis condições de mudanças endógenas e, aos estudantes de ciências contábeis, um perfil profissional pautado pelas dimensões ética, interdisciplinar e humanística que atenda as exigências sociais e econômicas brasileiras para a formação do sujeito-cidadão.

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Tendo em vista as perspectivas teóricas e metodológicas que orientam a presente pesquisa, esse artigo tem como objetivo avaliar o papel das Atividades Complementares no processo de mudança curricular do curso de ciências contábeis da Universidade Federal Fluminense. Para isso, pretende-se indagar sobre a importância das Atividades Complementares - ACs na construção de novas formas de ensino e aprendizagem; determinar se as Atividades Complementares- Acs podem ser tomadas como uma possibilidade de inovação endógena permanente do currículo da Contabilidade e; analisar o papel das Atividades Complementares - ACs na formação prática do profissional de Ciências Contábeis.

Desse modo, propõe-se uma metodologia de pesquisa que combina a abordagem quantitativa com a qualitativa, a partir do recolhimento e análise de dados que se construiu tendo como base a aplicação de questionários fechados e utilização de entrevistas semiestruturadas em discentes da Universidade em questão. Assim, esse estudo será apresentado em cinco partes. Na primeira parte tem-se a introdução, na segunda apresentam-se as Atividades Complementares dentro do contexto educacional e profissional, na terceira expõe-se a metodologia em que desenvolve a pesquisa, na quarta aborda-se a análise e discussão dos resultados em relação aos desdobramentos encontrados na investigação, e na quinta e última parte, considerações finais, discute-se os resultados alcançados, bem como os limites do estudo e sugestões para pesquisas futuras. Vale ressaltar que esse artigo é um desdobramento da investigação desenvolvida na tese de doutorado da presente autora intitulada “O papel social das atividades complementares na mudança curricular do curso de graduação em Ciências Contábeis da Universidade Federal Fluminense” (2014).

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1.AS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DENTRO DO CONTEXTO EDUCACIONAL E PROFISSIONAL

A principal expectativa é que a formação profissional seja uma fonte de recursos estratégicos no dinâmico ambiente econômico. Esse aspecto estratégico é descrito como o elemento fundamental para que as empresas possam alcançar novos resultados e, principalmente, para preservarem sua permanência no mercado. Como consequência, as empresas não só passam a preferir profissionais que possuem as habilidades e competências necessárias para a produção de valor agregado, como passam, também, a pressionar por demandas que levam

àmudança da identidade educacional.

Édessa forma que ao longo da década dos 90 assistimos ao surgimento das propostas de reforma da educação. O Banco Mundial foi um dos primeiros formuladores de propostas que deram início ao imperativo reformista, reunindo diferentes atores sociais e instituições que se cruzam em diversas instâncias de produção e conhecimento (Morelli, 2010, p. 11).

Na agenda de reformas da educação, as Instituições de Ensino Superior ocupam um lugar de destaque visto à importância que têm na formação da mão de obra qualificada. Assim, a proposta de reforma da educação foi considerada como condição para a superação da crise universitária. Significativamente, essas reformas se traduziram em mudanças do arcabouço jurídico das referidas instituições, adequando-as às novas regras de flexibilidade e competitividade do mercado global.

Com efeito, o currículo se transformou no principal objeto de estudo de compreensão das reformas no âmbito do ensino superior. O tema tem chamado à atenção tanto de especialistas em educação quanto de sociólogos, economistas e expertos em gestão educacional. Sobre o currículo se depositam as esperanças, as incertezas e os conflitos que circunscrevem a esfera da reforma educacional no ensino superior

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(Morelli, 2010, p. 09). Aqueles que se dedicam ao estudo da universidade latino americana dos últimos 20 anos têm no currículo universitário como objeto de análise privilegiado das transformações requisitadas pelo modelo de sociedade do conhecimento ao longo do processo de mudança institucional.

Cabe aqui apresentar as características que tornam o tema do currículo universitário o mais promissor objeto de pesquisa da reforma do ensino superior. A primeira questão para a qual devemos chamar a atenção é que a construção da mudança normativa se “Constituye a través de uma clara relación com el mercado, com o predomnio del Estado como entidad de control y multiples instancias de evaluación y acreditación como garantales de la calidad y reordenamento del sistema de educación superior” (Morelli, 2010, p. 21). Segundo Llomovatte (2006) a análise do currículo deve sempre abarcar o que se convencionou chamar de “tripla hélice”, isto é, o estado, a universidade e a empresa, bem como a dinâmica interdependente entre eles, que são os componentes fundamentais do modelo de reforma educativa imposto pelos países anglo-saxões (Morelli, 2010, p. 21).

A segunda questão é que na análise do currículo é importante diferenciar os conceitos de mudança, reforma e inovação que estão na origem das reformas pedagógicas. Este suporte conceitual implica no reconhecimento de que as reformas têm diferentes níveis de intensidade, direção, atores e maneiras de transcorrer. Os sistemas educacionais não são estáticos e o horizonte de mudança pode envolver diferentes perspectivas. Entretanto, o caso da educação na América Latina revela que as reformas do ensino superior invariavelmente possuem um caráter exógeno, uma vez que essas respostas advêm de demandas externas (Krostch, 2004). Nesse sentido o estudo do currículo nos permite por em questão o “mito da reforma” que, de acordo com Popkewitz (1994), se traduz na ideia da reforma como um conceito contaminado pelos imperativos da globalização econômico, contribuindo, portanto, muito mais para a manutenção da ordem social do que para a ruptura com sistema vigente (Morelli, 2010, p. 26-27).

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Esta perspectiva destaca que as origens das transformações do campo educacional não resultam em absoluto da inserção de novas práticas pedagógicas, mas da política educacional que se viabiliza através do currículo. Entretanto, sabe-se que ao longo deste processo se atribui falsos poderes ao currículo. Por isso, a importância do currículo dever ser analisada e avaliada, o currículo se deve não apenas por aquilo que representa - essencialmente um documento pedagógico-, mas também ao lado das práticas de gestão que, em grande medida, respondem pela implantação da política educacional.

Esse enfoque é crucial para se entender as condições para que as reformas educacionais se traduzam em inovações aqui compreendidas como “Idéia de cambio sistêmicos, como la capacidad que tiene los sistemas para cambiar de manera autónoma y sostenerse como producto de las relaciones entre los distintos atores y recursos produciendo, a veces afectos y modificaciones no previstos” (Morelli, 2010, p. 28). Isso torna claro que o compromisso com a reforma educacional não pode de forma alguma se restringir a uma parte do processo. Para que se cumpra requisitos inovadores é necessário articular os diferentes atores envolvidos no processo de reforma, e isso significa reunir não apenas os que estão envolvidos diretamente, mas os indiretos também.

Diaz Villa e Calle, sublinham que “La reforma como una tensión entre campos. Uno de origen macro, establecido por las determinaciones estatales, sociales e políticas y económicas, y otro de origen micro, ubicado en un nivel de acción y decisión institucional” (2003). Nessa perspectiva, as reformas educacionais são compreendidas como possibilidades e alternativas de mudança, circunscritas à análise da interação dos ambientes macro e micro no qual se insere o currículo.

Podemos, assim, identificar alguns aspectos relacionados ao contexto que propiciam as condições favoráveis para o desenvolvimento de nossa pesquisa como, (1) o desenvolvimento de ferramentas de avaliação curricular, além de que, a partir de 2008, se iniciou um projeto de comissão específica de avaliação das ACs; (2) a natureza técnica do curso de ciência contábeis nos possibilita avaliar o conflito entre a dimensão

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tecnocrática da educação superior versus a dimensão humanística e interdisciplinar descrita na política pedagógica do curso e (3) se refere a capacidade que é exigida atualmente dos cursos de graduação de desenvolver processos autônomos de inovação.

Pode-se objetar o fato que conduzir uma investigação em nosso ambiente de trabalho seria um obstáculo à objetividade da pesquisa pretendida. Contudo, que o marco teórico e o enquadramento metodológico aqui escolhido, dão segurança contra qualquer tentativa de subjetivação do fenômeno observado. Por outro lado, a preocupação com o risco de parcialidade, levou a adotar medidas que garantam uma investigação responsável mediante o uso de várias triangulações que norteiam o tema, como de instrumentos de controle aplicados aos participantes da pesquisa e com os especialistas ouvidos ao longo da construção do tema.

2.METODOLOGÍA DA PESQUISA

Nesta parte do artigo apresenta-se a fundamentação metodológica da investigação. Para isso, define-se a natureza e os objetivos que nortearam a realização desta investigação. Em seguida, justifica-se a metodologia utilizada e as opções tomadas. Tendo em atenção os objetivos propostos para este estudo, opta-se por realizar uma investigação que combina a abordagem quantitativa com a qualitativa. Deste modo, explicita-se a forma como foram operacionalizadas as opções nas duas fases de recolha de dados, assim como a caracterização dos discentes que participaram na investigação. Vale ressaltar que a amostra da investigação se caracterizou a partir da participação de 110 discentes.

Tendo em vista a natureza do objeto de investigação, opta-se por realizar uma investigação que combinou as abordagens quantitativa e

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qualitativa. Estes dois tipos de métodos não são incompatíveis1, mas, como afirma Shulman (1981), constroem, em conjunto, um mosaico metodológico que será o mais estimulante campo da investigação aplicado ao estudo da educação. Bisquerra (1989) e Johnson & Onwuegbuzie (2004) consideram que, apesar das divergências e particularidades que se levantam sobre a aplicação das duas abordagens, estas podem ser complementares. Com isso, ao abordar o uso da pesquisa mista pretende- se aproveitar o melhor potencial possível que ambas as técnicas podem oferecer.

Sendo assim, combinam-se recursos qualitativos e quantitativos. Pois se entende que não poderia estudar as atividades complementares, tema de pesquisa relativamente novo, somente por um ou outro método. A abordagem qualitativa, por si só, nos privaria de uma amostragem maior do universo de pesquisa; amostragens que, como se sabe, ainda tão necessárias, à aplicação dos fenômenos educacionais.

A pesquisa quantitativa se destaca por permitir a mensuração de opiniões, reações, hábitos e atitudes em um universo, por meio de uma amostra que o represente estatisticamente. Opta-se pelo questionário fechado e pela entrevista semiestruturada como instrumentos de recolha de dados. Ao utilizar na primeira fase da pesquisa o uso do questionário, observou-se o alcance dos objetivos pretendidos, o número de professores e discentes inquiridos, o tempo disponível e a facilidade de recolha de dados.

O questionário, para além de ser um instrumento que permite obter um grande número de dados num curto espaço de tempo, possibilita a

1Quantitativo-Qualitativo: dicotomia ou continuum, os investigadores posicionam- se em face deste tipo de relação de modo bastante diferente. Uns tomam partido de uma distinção dicotômica com base em fundamentos epistemológicos e filosóficos; outros optam pela tese de um continuum entre qualitativo e quantitativo. É nesta última postura que nos inscrevemos para a realização do nosso trabalho.

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recolha de informações específicas relevantes para depois, através da entrevista, a serem apreendidas em maior profundidade. O questionário, tanto dos estudantes como dos docentes, em sua versão final reuniu cinco blocos temáticos distintos, mas que se encontram inter-relacionados a complexidade do tema.

3.ANÁLISE E DISCUÇAO DOS RESULTADOS

Nesta parte apresentam-se os resultados obtidos através do emprego da técnica de pesquisa mista. Os dados são apresentados de forma simples e clara em razão da complexidade das informações coletadas, bem como devido a preocupação de tornar o trabalho mais aberto possível à compreensão.

A mudança no perfil do estudante de ciências contábeis começa a sofrer transformações a partir do ano 2000, intensificando-se a partir de 2004. Dois são os aspectos notáveis dessa mudança, primeiro diz respeito ao perfil mais homogêneo na faixa etária dos egressos, isto é, de jovens na faixa entre 17 - 20 anos. Segundo, dentre estes, identificamos um número maior de pessoas oriundas da classe média, estabelecendo um contraste com o perfil do público das duas décadas passadas, que eram de estudantes que pertenciam às camadas mais pobres da população.

Nesse sentido, o status das ciências contábeis entre os egressos tem se aproximado cada vez mais de outras áreas, que há muito gozam do reconhecimento da sociedade, como economia e administração. A mudança de perfil do estudante é um reflexo da própria postura do mercado de trabalho em relação à contabilidade, tendo a frente às transformações econômicas e tecnológicas das últimas décadas. O resultado esperado dos novos profissionais contábeis é que tenham a capacidade de fazer uso de um conhecimento estratégico que vá além do domínio estritamente técnico da profissão (Santos et al, 2010; Kounrouzan, 2010).

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Na pesquisa realizada junto aos discentes, perguntamos como avaliavam a profissão contábil hoje. Para a maioria (51%), a carreira contábil se encontra numa fase de expansão e reconhecimento. Para 27% dos entrevistados apontaram a profissão como uma carreira promissora. Enquanto 17% dos estudantes disseram que a carreira se iguala em importância a outras profissões. Os valores percentuais mais baixos foram registrados nas opções que afirmavam que a carreira era apenas mais uma profissão (3%) ou que se tratava de uma profissão saturada no mercado de trabalho (2%).

Pode-se dizer que a decisão de cursar ciências contábeis como a profissão desejada, confirma a análise contextual em torno da profissão, isto é, de que se trata de uma profissão em fase expansão e de maior reconhecimento no mercado de trabalho. Como apresentado na introdução dessa pesquisa, isso se deve às oportunidades de integração interdisciplinar que surgiram com a sociedade do conhecimento.

Um dos aspectos mais ressaltados atualmente da interseção entre conhecimento e educação, diz respeito ao modo como o estudante adquire as competências pertinentes à vida do trabalho. Assim as ACS permitem esse engajamento direto em ações educacionais de desenvolvimento de projetos. As vantagens do desenvolvimento de projetos têm sido ressaltadas em diversas pesquisas recentes que dão conta que, essa perspectiva de ensino propicia uma aprendizagem mais personalizada, a absorção mais rápida das competências exigidas e maior familiaridade com o uso das ferramentas tecnológicas.

Outro aspecto que não devemos esquecer-nos de mencionar é a importância atribuída ao trabalho em equipe. Em linhas gerais, essa atividade permite que a interação social aconteça, fazendo com que as pessoas aproveitem as qualidades e as diferenças umas das outras, configurando uma experiência de caráter interdisciplinar que, como se sabe são atributos valorizados não só pelo mercado, mas por toda comunidade do conhecimento.

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No entanto, os números encontrados na presente investigação apontam para percentuais muito baixos de participação em projetos, sejam estes tradicionais ou não. Mesmo os dados referentes àqueles que conseguiram percentuais satisfatórios na participação de projetos, mostraram-se inferiores aos resultados dos que disseram que não haviam participado de projeto algum. Assim, uma constatação importante é de que precisamos melhorar o contato do corpo discente com atividades de desenvolvimento de projetos, que hoje ocorre de modo ocasional e precário.

Aspectos essências previstos no novo currículo e, por conseguinte, presentes na proposta pedagógica, não têm tido a atenção merecida no atual processo de mudança curricular. Por outro lado, pode-se afirmar que por trás desses resultados esteja o modelo de ensino tradicional, caracterizado por aulas expositivas no qual o professor é a única fonte de informação disponível. Nesse aspecto, consideramos que as ACs poderiam ter um papel mais atuante e fundamental na inserção de nossos estudantes, especificamente no que tange a cultura científica e, no geral, a cultura do conhecimento.

No entanto, mesmo diante de percentuais que podemos julgar relativamente satisfatórios, faz-se necessário adotar projetos de estimulo à leitura, cuja meta procure inverter o percentual dos que disseram ter lido entre 3 a 5 livros, pelos que leram de 6 a 8 livros. Nesse aspecto, podemos notar uma lacuna do novo currículo, pois no projeto de reformulação curricular, um dos principais compromissos é desenvolver a consciência crítica dos estudantes, onde estes não detenham apenas o mero domínio técnico ou de conteúdos, mas, também, uma formação mais humanística, voltada à interpretação de problemas, bem como pela capacidade de intervir no mundo.

Destarte, essa seria outra área que a atuação das ACs poderiam ser de grande relevância, oferecendo incentivos adicionais às ações já existentes, como gerando novos projetos relacionado ao tema. Os dados demonstram que metade dos entrevistados conhecem as ACs e sabem o que representam. Mesmo que esse resultado possa ser considerado

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ótimo, devemos admitir que existem 38% que têm conhecimento das ACs, mas só parcialmente tem uma ideia do que seja. Grosso modo, isso significa que é preciso ampliar os esforços para divulgar corretamente a mudança curricular e o papel que as ACs desempenham, mostrando que a importância destas não se faz meramente no campo acadêmico, mas também na área da formação profissional.

Indagamos aos estudantes o que esperavam das Atividades Complementares, tivemos um empate (31%) entre dois itens: integrar experiência profissional e prática e contribuir para a formação profissional. Para 16% a expectativa é a de proporcionar formação continuada dos estudos, isto é, do conteúdo das disciplinas apresentados em sala de aula. De acordo com 11%, as ACs se traduzem na perspectiva de ampliação da formação interdisciplinar, enquanto 3% não souberam responder. Já os itens como propiciar acesso à prática da pesquisa científica, proporcionar participação em eventos científicos, propiciar a participação discente em órgão colegiado da universidade e outros receberam todos 2% de aceitação dos entrevistados.

Épossível observar aqui similaridades com as perspectivas subjacentes que encontramos nas duas seções imediatamente anteriores. Pois, o que se sobressai nestes dados é a importância conferida ao mercado de trabalho em primeiro lugar. Assim, o estágio aparece em destaque entre as ACs na preferências dos estudantes. Essa preponderância pode ser explicada pelo motivo de que muitos estudantes quando se encontram na metade da graduação, também se encontram ingressos no mercado de trabalho. Tornando, assim, mais prático solicitar o acompanhamento para estágio do que para outras atividades.

Ainda que essa predileção pelo estágio seja interessante, por que, obviamente se associa aos princípios da reforma curricular, além de ir diretamente ao encontro dos anseios dos estudantes, pode-se notar uma excessiva concentração das ACs em uma única atividade, que pode fazer que em longo prazo as ACs sejam consideradas sinônimo de estágio, colocando em segundo plano as demais atividades previstas, bem como a natureza da própria reforma curricular. A predileção do estágio como mais

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votada das ACs se deve, também, em razão desta corresponder - segundo a Instrução Normativa e das Resoluções de Curso (Resolução no 1; Resolução CEP no 387/08) -, a 80% da carga horária prevista das Atividades Complementares que é de 630 horas.

Temos ainda que, num dado momento, o estágio se torna a única atividade complementar possível do qual os estudantes podem participar em função do tempo restante ser dedicado ao exercício profissional. A falta de tempo tem sido também, uma alegação frequente dos estudantes para justificar ausência o engajamento em projetos como a “Semana de Integração Acadêmica” que ocorre anualmente.

Consequentemente, além do risco de se reduzir as ACs a uma única atividade, os gestores (coordenação, departamento e unidades de ensino), bem como os docentes, poderão se eximir das responsabilidades acadêmicas quanto a natureza específica das ACs, transformando-a, através do estágio, numa atividades meramente burocrática de cumprimento de carga horária de inteira responsabilidade dos estudantes.

Assim, podemos afirmar que ampla maioria tem consciência do papel que as ACs devem exercer na promoção da interdisciplinaridade. Ademais, a valorização da interdisciplinaridade é ressaltada na atual reforma curricular, prevendo que o profissional de contabilidade dever possuir, sendo esta “(...) uma visão sistêmica, holística e interdisciplinar (...) que contribua para o desempenho eficiente e eficaz (...) na articulação de lideranças de equipes multidisciplinares” (Projeto de Reformulação Curricular do Curso de Ciências Contábeis, UFF, 2006, f.05).

Em grande medida, a valorização da interdisciplinaridade se dá num contexto, em que novos problemas surgem a cada instante e, exigindo soluções inovadoras provenientes de áreas muito diversas. Do ponto de vista institucional, essa valorização significa que deverá ocorrer uma maior integralização vertical e horizontal das disciplinas, tal como prevista na própria reformulação curricular, de forma que os discentes possam experimentar um ambiente acadêmico interdisciplinar, cuja importância tem sido cada vez mais requisitada pela sociedade do conhecimento.

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Foi questionado aos entrevistados como avaliavam a interação da realidade acadêmica com o mercado de trabalho através das ACs. Dos entrevistados, 41% responderam que a interação entre universidade e o mercado é satisfatória. Para 36 % essa relação é pouco satisfatória. Já 16% disseram que o resultado foi muito satisfatório. Apenas 7% dos entrevistados avaliaram o resultado como insatisfatório.

Em primeiro lugar, os dados revelam uma consciência cada vez maior entre a necessidade de diálogo permanente entre instituições de ensino e o mercado de trabalho; uma relação parcialmente entendida, por si só, como uma fonte complementar da formação acadêmica. Esse potencial deve entendido como um todo emergente, ou seja, maior que a simples soma das partes. Em segundo lugar, nos parece claro que a importância das ACs não deve se restringir somente à proporcionar uma carga horária diferenciada à formação. Ao contrário, o sucesso das ACs depende de se conseguir estabelecer uma comunicação rotineira com o mercado de trabalho, de forma a usar as informações em conhecimento. Para que isso possa ocorrer de forma satisfatória é preciso permitir que, as empresas que oferecem estágios, por exemplo, sejam convidadas a dar sua avaliação sobre a experiência. No entanto, devemos alertar que tal relação não pode ocorrer de forma que coloque em risco a independência das IES, transformando as mesmas em extensões dos interesses do mercado de trabalho.

Foi pedido aos entrevistados que avaliassem a importância da formação humanística no processo de formação do profissional contábil. O resultado foi que 50% dos estudantes ouvidos na pesquisa disseram que a formação humanística como muito importante à formação. Sendo que 38% afirmaram que é importante. Enquanto 7% afirmaram que tem pouca importância e os que não conferiram nenhuma importância ao tema alcançou 5% dos entrevistados.

Em geral, a formação humanística tem sido considerada como um fator diferencial no processo de ascensão profissional, principalmente por fomentar condições de desenvolvimento interpessoal, o que muitas vezes

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ISSN 1515-2340 (Impreso) ISSN 1852-446X (En Línea) ISSN 1851-9202 (Vía Mail).

TÍTULO: REFLEXÕES SOBRE O CURRÍCULO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS. P.15/36

AUTORA: MARIA DE LOURDES DOS SANTOS ANTUNES

tem sido vista como um facilitador para o trabalho em equipe e/ou na participação da gestão de projetos.

Pode-se afirmar que a expectativa de que a profissão contábil não pode apenas formar técnicos, mais profissionais generalistas e polivalentes, tem promovido o interesse por uma formação que vá além do campo específico da área. Por outro lado, embora a pesquisa tenha revelado o valor que a formação humanística tem para o profissional contábil, precisamos considerar que o atual currículo se concentra mais em matérias de natureza contábil tendo, até mesmo, suprimido algumas disciplinas como antropologia, estudos dos problemas brasileiros e sociologia, presentes em currículos anteriores.

Atualmente, as disciplinas do atual currículo que seriam mais próximas de um perfil humanístico são ética e responsabilidade social; disciplinas eletivas que, de acordo com a experiência docente, são consideradas menos importantes pelos próprios estudantes como, também, por muitos professores.

4.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Desse modo, explicitam-se as conclusões relativas aos objetivos específicos, discutindo-os separadamente. Posteriormente, situam-se alguns dos aspectos chaves que surgiram ao longo do processo de investigação e que têm relação direta com o tema em análise. Após esse momento, a ênfase recairá sobre a avaliação do uso da metodologia utilizada. Em seguida, aborda-se o papel das atividades complementares tal como foi proposto no objetivo geral, finalmente apresenta-se algumas recomendações que se julga pertinente ao caso.

Levando em consideração a importância das ACs na construção de novas forma de ensino e aprendizagem, os resultados da pesquisa nos permitem considerar que as expectativas dos discentes seguem na direção de maior reconhecimento da importância das ACs. Isso pode ser confirmado através do dado de que os discentes sabem o que as ACs são

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e o que elas representam para a formação. Não menos importante, as expectativas em torno das ACs são outra fonte de confirmação sobre o que deve ser ensinado e aprendido, assim para os discentes o propósito das atividades seria integrar experiência profissional e prática, refletindo, desse modo, a valorização das competências exigidas pelo mercado de trabalho.

A ênfase dada sobre o aspecto prático em relação ao chamado de “teórico” pode ser evidenciada na predileção do estágio como a AC mais procurada pelos estudantes. Isso ocorre devido a diversas razões: primeiro porque a obrigatoriedade do estágio antecede ao estabelecimento das ACs; sendo estas um processo posterior, obviamente o interesse pelas outras atividades é menor, visto também que as mesmas ainda não foram completamente instaladas. Nessa perspectiva, o que realmente faz do estágio uma AC tão importante é a possibilidade de experimentar a prática cotidiana da profissão e o fato de que essa experiência em um dos fatores decisivos de empregabilidade no mercado brasileiro. Essa valorização da prática expressa igualmente à condição técnica que permeia a natureza da prática contábil.

Como ficou explicito durante as entrevistas, o estudante tem consciência da necessidade de diferenciação, mas enxerga na própria instituição universitária um empecilho a tal processo. Assim, a boa aceitação das ACs sinaliza que existe um hiato entre a forma tradicional com que as disciplinas são comumente ensinadas e o que é relevante para o aprendizado. A maneira que os estudantes encontraram para superar o problema é recorrendo à busca de informações complementares por meio de outras fontes. Nesse processo, a internet e as outras formas de mídia atreladas à revolução digital cumprem um papel decisivo de acesso a informação. Não por acaso, quando se trata de complementar as informações obtidas em sala de aula, os estudantes recorrem a sites sobre o tema em que possuem dúvidas e vídeos de aulas. Vale ressaltar que dentre as atividades acadêmicas mais apreciadas estão palestras e conferências.

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A pesquisa quantitativa sinaliza ainda para a possibilidade do incremento da interdisciplinaridade ocorrer pela via das ACs. Certamente este não é o único modo que a interdisciplinaridade pode ocorrer, mas a questão é que o recurso a essa perspectiva pedagógica tem sido pobremente explorada pelas universidades brasileiras mesmo em cursos cuja natureza interdisciplinar é a regra.

No caso da ciência contábil, a cultura interdisciplinar tem sido subestimada em sua capacidade de proporcionar as competências requeridas pelo mundo do trabalho. O que a pesquisa comprova é que mesmo não sendo um tema que se possa dizer popular em meio ao ensino contábil, os estudantes estão conscientes da promoção dessa habilidade para o desempenho profissional.

Outro dado que poderia fomentar a prática interdisciplinar e ajudar na consolidação das ACs é a adoção do conteúdo humanístico. Sua ausência tem sido detectada como um fator da precariedade da formação, no qual prevalece o técnico sobre a formação mais ampla que é a característica principal da instituição de ensino superior. Assim, para os estudantes a interdisciplinaridade tem grande importância para a aprendizagem.

O processo endógeno de inovação tem relação com a capacidade que as instituições de ensino superior detêm em moldar sua própria evolução. O que só acontece em face de uma postura pró-ativa, diferente da postura passiva predominante na educação. Uma vez que constatamos tal fato, faz-se necessário checar como tal perspectiva tem sido considerada no caso em estudo. Se olharmos para o item anterior, podemos identificar posições que nos permitem afirmar que a inovação é implicitamente aceitável. Nos estudantes isso aparece claramente na forma como a cultura da complementaridade é prontamente aceita. A ideia por trás disso é que a expectativa de muitos estudantes é que tenham a primeira experiência com a inovação ainda nas universidades. Segundo nossa perspectiva, o próprio processo de construção da inovação se dá sobre o ensino e o aprendizado já é um grande incentivo para que os estudantes busquem uma conduta mais inovadora, diante da universidade, como mais a frente no desempenho da carreira.

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Os estudantes nas entrevistas, como também nos resultados coligidos pela pesquisa quantitativa demonstraram interesse por novas formas de ACs. Em alguns casos demonstraram interesse que algumas das atividades realizadas em sala de aula ganhassem status de ACs. Assim, mesmo que as ACs sejam tomadas como uma inovação necessária pelo público alvo aqui considerado, precisa-se notar que existe uma longa distância para ser percorrida entre aquilo que é preconizado nos documentos que sustentam o processo de reforma e o que de fato vem acontecendo.

A importância das ACs na formação prática profissional segue a trajetória de reconhecimento já delineada nos dois itens anteriores. O foco dos discentes na formação profissional ocorre através de cadeia bem estabelecida de múltiplos aspectos que, como foi observado nos resultados da pesquisa quantitativa, vai desde a escolha do curso de ciências contábeis, passando pela avaliação do profissional contábil até aspectos relacionados às ACs, bem como à avaliação destas.

Nota-se uma disposição de vivenciar experiências de aprendizagem voltadas para temas de maior abordagem prática. À primeira vista essa conclusão pode ser tomada como uma influência dos ditames do mercado sobre os estudantes, o que faz com que coloquem a formação profissional acima de outros aspectos que a educação superior tem a obrigação de fornecer. Certamente esse risco existe. Mas os dados nos permitem uma interpretação mais sutil: ainda que a posição dos discentes seja pró a formação profissional, a mesma não é absoluta, pois vários pontos dos dados coletados nos permitem demonstrar que os estudantes se encontram dispostos a aceitar as demais disposições previstas no projeto político pedagógico do curso. Logo, temas que permeiam o referido projeto, como responsabilidade social, transparência, ética, resolução de problemas complexos, respeito à cidadania, gravitam entre os interesses dos estudantes. Muitas vezes o que impede que isto seja explicitado de forma cabal pelos estudantes é o senso comum é que, de tão rígidas as estruturas burocráticas, que não vale a pena expor tais reivindicações. Mesmo com as dificuldades encontradas, dá-se o testemunho de um projeto bem sucedido que foi o programa de palestras com autores tanto

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do mercado de trabalho quanto pesquisadores da área e afins que teve grande sucesso entre os estudantes.

Àmedida que a discussão avança vai se delineando um quadro de duas culturas distintas, uma em que a complementaridade se encontra presente é aceita, outra que reconhece a importância, mas claros obstáculos à sua realização.

Nesse ponto cabe-nos considerar, finalmente, os diferentes significados e expectativas em torno do papel social das ACs. Considerando o projeto de reformulação curricular conjuntamente com o da as ACs, pode-se observar uma similaridade propositiva que as coloca no mesmo plano de princípios pedagógicos. Ou seja, as ACs instituídas logo após a provação do projeto político pedagógico, convergem com os pressupostos previstos na reformulação. O projeto de reformulação apresenta temas que cobrem o vasto espectro da mudança rumo à sociedade do conhecimento, como aprender a aprender, desenvolvimento da expressão da criatividade e iniciação científica, integração entre ensino pesquisa e extensão, visão sistêmica da atividade profissional, dentre outras (Reformulação curricular, 2006). Muito embora muitos desses temas possam ser estabelecidos em outras instâncias que não pela via das ACs, o que se observa é que no momento atual em que muitos desses temas são alinhavados de forma imprecisa, isolada e descontínua, as ACs funcionariam como uma alavanca para impulsionar muitos desses temas, uma vez que estes são complementares à nossa cultura de ensino. Pois que a visão sistêmica, como interdisciplinaridade aplicada à contabilidade são temas recentes à área. Logo, nos parece incerto que um projeto relacionado a alguns dos temas possam se beneficiar da abordagem de mudança estável e linear adotadas em muitas instituições. Ao contrário só um projeto de interesse emergente e local terá condições de lhe dar com a complexidade exigida pela mudança. Mas o mais importante que devemos salientar, é que os documentos que embasam a reformulação, como a resolução dos quais as ACs se originam, possuem a mesma similaridade de princípios que destaca a viabilidade inicial da mudança. Portanto o papel social das ACs está diretamente alinhado as perspectivas centrais da reformulação curricular.

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